Milhares de apoiadores da oposição na Venezuela se reuniram neste domingo nas ruas de Caracas para comemorar os cem dias de manifestação contra o governo de Nicolás Maduro e para celebrar a libertação do líder da oposição, Leopoldo López.
Ontem foi concedida a López a prisão domiciliar, após o cumprimento de três anos em uma prisão militar, em um movimento surpresa do governo em meio a crise no país. López cumpria uma sentença de quase 14 anos por supostamente ter estimulado a violência nas manifestações em 2014.
“Depois de toda a resistência, todo o trabalho, estamos vendo um passo que foi conquistado pela luta nas ruas”, disse a esposa de López, Lilian Tintori, a jornalistas. “Vamos continuar a lutar até a libertação de todos os prisioneiros políticos e pela justiça com as vítimas da repressão”. Ela assegurou que não houve negociação política para libertar seu marido.
Maduro tentou culpar a procuradora-geral Luisa Ortega, que emergiu recentemente como uma perigosa opositora do governo, pela prisão de López. “Eu não movi um dedo” nesse caso, disse Maduro a jornalistas em um comício no sábado. “Foi Luisa Ortega que conduziu o caso”, completou.
Os procuradores haviam acusado López de ter usado “mensagens subliminares” para instigar a violência entre seus apoiadores nas manifestações contra Maduro.
Ontem, López disse que continuaria a ser um duro opositor de Maduro. Em junho, ele tinha 48% de aprovação popular, contra 20% do presidente, de acordo com um levantamento do instituto Datanalisis. Outro líder da oposição, Henrique Capriles, conquistou 51% de aprovação.
López planeja se encontrar com Capriles e outros líderes da oposição nos próximos dias para coordenar uma estratégia, de acordo com Freddy Guevara, coordenador nacional do partido de López, Vontade Popular.
(Com Estadão Conteúdo)