O opositor do governo da Rússia Alexei Navalny foi condenado a 15 dias de prisão nesta segunda-feira, no dia seguinte a protestos contra corrupção que levaram à detenção de mais de 1.000 pessoas em Moscou. O crítico de Vladimir Putin quer concorrer ao cargo de presidente no ano que vem, uma eleição que pode levar o atual líder a um novo mandato de seis anos.
Navalny foi condenado por resistir à prisão e multado com 20.000 rublos (1.100 reais) por ter organizado uma “concentração não-autorizada”, segundo decisão do tribunal Tverskoi de Moscou. Para o Kremlin, as manifestações que tomaram o país no domingo foram uma “provocação”.
“O que vimos ontem em muitos lugares e talvez em particular em Moscou, foi uma provocação e uma mentira”, declarou à imprensa o porta-voz do governo Dmitri Peskov. Segundo Peskov, menores de idade receberam a promessa de “recompensas financeiras em caso de detenção pelas forças de segurança” durante os protestos. Ele não apresentou, porém, nenhuma prova sobre as acusações e se limitou a afirmar que eram “fatos”.
Convocadas por Navalny, milhares de pessoas protestaram no domingo em Moscou e outras cidades da Rússia. O líder opositor anunciou a manifestação depois de publicar um relatório no qual acusa o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de estar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas.
Sem mencionar o nome de Navalny, Peskov disse que o Kremlin está preocupado com o fato de “algumas pessoas continuarem utilizando pessoas ativas para seus próprios fins, com o apelo para ações ilegais e não autorizadas”. Depois da decisão da Justiça, o opositor publicou uma foto no Twitter de dentro do tribunal, com a frase: “Chegará o tempo em que vamos colocar eles em julgamento (mas honestamente)”.
Autoridades em grande parte das cidades negaram os pedidos para a realização de manifestações, por isso, a polícia prendeu aqueles que protestavam nas ruas. De acordo com o jornal The Guardian, que teve um jornalista detido, 1.030 pessoas foram presas apenas em Moscou. A maioria foi multada ou acusada de ofensas menores, como participação em protestos não-autorizados.
(Com AFP)