O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira, 20, o fim de todos os acordos com Israel e os Estados Unidos devido aos planos do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de anexar os territórios palestinos ocupados após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
“A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Estado da Palestina estão a partir de hoje absolvidos de todos os acordos e entendimentos com os governos americano e israelense e de todas as obrigações neles contempladas, inclusive as de segurança”, informa o presidente em decisão formal, publicada pela agência de notícias estatal Wafa.
“Israel tem que assumir as suas obrigações como potência ocupante com todas as consequências e repercussões baseadas no direito internacional e humanitário, em particular a Quarta Convenção de Genebra”, argumentou.
Internacionalmente, a ocupação militar de Israel na Cisjordânia e Colinas de Golã são considerados como ilegais perante o direito internacional, somente os Estados Unidos reconhecem a soberania israelenses sob esses territórios.
Mas o reconhecimento americano é algo recente e veio após a ascensão de Donald Trump à Presidência do país. Trump, que tem o apoio majoritário dos evangélicos no meio-oeste americano, levou os Estados Unidos a mudarem seu entendimento sobre Jerusalém – reconhecida como território sob jurisdição internacional, mas reivindicada por palestinos e israelenses – como a capital de Israel ao transferir a embaixada de Tel Aviv para a cidade sagrada, além de reconhecer a anexação da Colinas de Golã, na fronteira com a Síria.
As declarações de Abbas ocorrem no momento em que, após mais de um ano e três eleições, um governo de união em Israel foi formado. Composto por Netanyahu e Benny Gantz (que será primeiro-ministro na segunda metade do mandato do Parlamento), o novo governo de união tem como objetivo anexar essas regiões seguindo o plano elaborado pela Casa Branca para a paz na região. Esse plano, porém, não teve a participação de nenhum representante palestino.
Abbas reitera sua rejeição à proposta de paz dos Estados Unidos. O presidente palestino insistiu no apoio a um Estado palestino independente, contíguo e soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital. “É uma paz justa e abrangente, baseada na solução de dois Estados”, comentou.
(Com EFE)