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Papa atribui “ressurgimento bárbaro” do antissemitismo ao populismo

Pesquisa de entidade de direitos humanos dos EUA aponta que um em cada quatro europeus têm atitudes fortemente negativas em relação aos judeus

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 15h04 - Publicado em 20 jan 2020, 19h04

O papa Francisco denunciou nesta segunda-feira, 20, o “ressurgimento bárbaro” do antissemitismo em todo o mundo durante reunião com uma delegação do Centro Simon Wiesenthal, organização de direitos humanos que luta contra a intolerância aos judeus. O pontífice vinculou esse fenômeno ao populismo. 

“[O aumento do egoísmo e da indiferença no mundo] cria um terreno fértil para as formas de partidarismo e populismo que vemos ao nosso redor, onde o ódio brota rapidamente e é disseminado”, disse o papa.

Francisco destacou que o 75º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, na próxima semana, deve ser um lembrete contra essa indiferença. Mas teve o cuidado de não mencionar especificamente nenhum país ou movimento populista.

O papa Francisco, que visitou e conduziu uma missa em Auschwitz em 2016, disse que lembrar o Holocausto é vital para garantir que atrocidades semelhantes não ocorram novamente. O representante da Igreja Católica já havia dito, também, que antissemitismo “não é nem humano, nem cristão”.

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“Se perdermos nossa memória, destruiremos nosso futuro. Que o aniversário da crueldade indescritível que a humanidade descobriu há 75 anos sirva como uma convocação para fazer uma pausa, ficar quieto e lembrar”, disse ele.

No mês passado, no leste da França, dezenas de sepulturas judaicas foram profanadas em um cemitério, horas antes de parlamentares adotarem uma resolução que equipara antisionismo ao antissemitismo. De acordo com o Comitê Consultivo Nacional de Direitos Humanos, os atos antissemitas aumentaram mais de 70% no país em 2018, em comparação com o ano anterior.

Segundo dados do governo da Alemanha, o país observou um aumento de 20% nos crimes antissemitas em 2018, além de 62 ataques antissemitas violentos, em comparação com 37 em 2017. Já no Reino Unido, a ONG Community Security Trust registrou 1.652 incidentes anti-semitas em 2018, sendo que 123 envolveram violência física.

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Além disso, a ONG judaica Liga Anti-Difamação, dos Estados Unidos, concluiu em novembro passado que as atitudes antissemitas haviam aumentado ao redor do mundo – especialmente na Europa Central e Oriental. A pesquisa apontou que um em cada quatro europeus têm atitudes fortemente negativas em relação aos judeus.

Os nazistas e seus colaboradores mataram cerca de seis milhões de judeus sob o regime do totalitário Adolf Hitler. Milhões de outros grupos minoritários também foram mortos, incluindo homossexuais, ciganos e dissidentes políticos.

(Com Reuters)

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