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Papa condena ‘furacão de violência’ na Ucrânia

Francisco pediu pelo fim do bombardeio 'implacável' da Rússia que deixou ao menos 26 mortos e mais de 100 feridos em diversas cidades ucranianas

Por Camille Mello 12 out 2022, 12h03

O papa Francisco condenou nesta quarta-feira, 12, os recentes “ataques implacáveis” da Rússia contra a Ucrânia. A ofensiva aérea russa dos últimos dias foi considerada a mais ampla em mais de três meses.

“Meu coração está sempre com o povo ucraniano, especialmente os moradores dos lugares que foram atingidos por bombardeios implacáveis”, disse o pontífice durante sua audiência semanal na Praça São Pedro, no Vaticano.

+ Após explosão de ponte na Crimeia, Rússia retalia com chuva de mísseis

Falando a milhares de pessoas, Francisco apelou pelo fim da violência que deixou pelo menos 26 pessoas mortas e mais de 100 feridas em diversas regiões ucranianas.

“Que o espírito (de Deus) transforme os corações daqueles que têm o destino da guerra em suas mãos, para que o furacão de violência pare e a convivência pacífica na justiça possa ser reconstruída”, pediu.

Questionado pela imprensa se os ataques poderiam ser considerados crimes de guerra, o número dois do Vaticano, o secretário de Estado cardeal Pietro Parolin, disse que não estava qualificado para fazer este julgamento de forma técnica, mas classificou os incidentes como “inaceitáveis”.

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“Certamente são atos inaceitáveis ​​que clamam vingança diante de Deus e da humanidade, porque bombardear civis desarmados está além de qualquer lógica. Deve ser totalmente condenado”, disse Parolin após um evento em Roma.

No início de outubro, o papa pediu pela primeira vez diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, a interrupção da “espiral de violência e morte”. Na ocasião, o sacerdote católico argumentou que a crise está arriscando consequências globais incontroláveis.

+ Putin é ‘racional’, mas errou cálculo ao invadir Ucrânia, diz Biden

Em Amsterdã, promotores de equipes de Justiça Móvel Internacional estão investigando como possíveis crimes de guerra os ataques com mísseis russos em andamento na capital Kiev e em outras cidades ucranianas.

A Rússia nega atacar civis em sua operação militar na Ucrânia e acusou o Ocidente de prolongar o conflito ao apoiar Kiev.

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Dois dias depois de um ataque à ponte da Crimeia, que liga a península anexada em 2014 ao território russo, as forças do presidente Vladimir Putin fizeram o mais amplo ataque a cidades da Ucrânia em mais de três meses.

Ao menos 75 mísseis, segundo o Exército ucraniano, atingiram alvos em centros urbanos na segunda-feira, 10, como Kiev, Lviv, Ternopil, e Zitomir, no oeste do país, Dnipro e Krementchuk, na região central, e Mikolaiv e Zaporizhia, no sul.

A capital registrou ao menos quatro explosões, no primeiro ataque desde o dia 26 de junho. Só lá, ao menos dez pessoas morreram e 60 ficaram feridas. Os bombardeios deixaram diversas regiões do país sem energia elétrica.

O ataque à ponte, uma das principais obras do governo Putin de mais de duas décadas, foi atribuído a um caminhão-bomba. Apesar de não terem reivindicado a autoria da ação, autoridades ucranianas ficaram exultantes após a explosão, ocorrida no sábado, 8.

Nesta quarta-feira, 12, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou que deteve oito pessoas pelo incidente, incluindo cinco cidadãos russos e três ucranianos.

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Segundo o FSB, o “ataque terrorista” foi organizado pelo principal departamento de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, com corroboração do chefe do departamento, Kyrylo Budanov, além de funcionários e agentes, detalhou a agência de notícias russa RIA.

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