O papa Francisco declarou, nesta quinta-feira 21, durante seu discurso no início da reunião para a proteção de menores que será realizada até domingo no Vaticano, que o que se espera da Igreja não é apenas condenar os abusos de seus clérigos, mas “medidas concretas e efetivas” para erradicá-los.
“O povo de Deus olha para nós e não espera de nós condenações simples e óbvias, mas medidas concretas e eficazes”, afirmou o papa, diante dos 190 representantes da hierarquia eclesial reunidos para enfrentar o problema dos abusos em uma cúpula sem precedentes na história da Igreja. “É necessário que isso se concretize”, ressaltou.
“Diante do flagelo do abuso sexual perpetrado pelos homens da Igreja contra menores, pensei em consultar vocês, patriarcas, cardeais, arcebispos, bispos, superiores religiosos e responsáveis, para que juntos, possamos escutar o grito dos pequenos que pedem justiça”, disse Francisco, durante seu discurso de abertura da cúpula.
O pontífice disse aos presentes que “sobre esta reunião pesa a responsabilidade pastoral e eclesial que nos obriga a discutir juntos, de maneira sinodal, sincera e profunda, como enfrentar este mal que aflige a Igreja e a humanidade”.
O Papa anunciou que os participantes, incluindo 114 representantes das Conferências Episcopais, receberão “diretrizes” para ajudar na reflexão e que serão “um simples ponto de partida”.
A reunião começou com as palavras de uma vítima lida por um dos membros da comissão organizadora e especialista na luta contra o abuso, o sacerdote Hans Zollner: “Nem meus pais, nem as autoridades eclesiásticas ouviram meu choro. E eu me pergunto: Por que Deus também não ouviu?”.
A cúpula continuará com a apresentação de um dos nove relatores nestes três dias de reunião, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle.