Papa Francisco aceita renúncia de mais 2 bispos chilenos após escândalo
Religiosos são investigados por supostos abusos sexuais; outros 165 membros da Igreja Católica no país também são alvo de inquérito
O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira (21) a demissão de mais dois bispos do Chile, investigados por suspeita de abuso sexual. No total, sete líderes religiosos do país já renunciaram desde que o escândalo sobre abusos que abalou a Igreja Católica foi revelado.
Segundo comunicado do Vaticano divulgado nesta sexta-feira, os bispos são Carlos Eduardo Pellegrín Barrera, da diocese de San Bartolomé de Chillán, e Cristián Enrique Contreras Molina, da diocese de San Felipe.
Em ambos os casos, Francisco indicou outros bispos como comissários, conhecidos como administradores apostólicos, para administrar as dioceses até nova ordem.
Francisco aceitou as renúncias de cinco outros bispos chilenos em junho, um mês depois que todos os bispos do país ofereceram renúncia em massa durante reunião de emergência com o papa devido às alegações de ocultação de casos de abuso sexual.
No total, 167 membros da Igreja Católica no Chile são atualmente investigados como autores ou cúmplices de abusos contra menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas.
Entre as demissões acolhidas por Francisco, está a do polêmico dom Juan Barros – acusado de ter acobertado as ações de um padre pedófilo. Em sua viagem ao Chile em janeiro, o papa chegou a defendê-lo, em um primeiro momento, mas depois voltou atrás e pediu desculpas às vítimas em nome da Igreja.
Além do Chile, outros países também foram atingidos por escândalos semelhantes. Nos Estados Unidos, um relatório de um grande júri revelou que 301 padres no Estado da Pensilvânia haviam abusado sexualmente de menores durante os últimos setenta anos. Outros estados do país iniciaram investigações similares após o escândalo.
Acusações semelhantes também surgiram na Austrália e Alemanha. Na semana passada, o papa convocou importantes bispos de todo o mundo para comparecerem ao Vaticano em fevereiro para uma reunião que discutirá formas de proteger menores contra o abuso sexual.
(Com Reuters e AFP)