Um tribunal paquistanês absolveu neste sábado (24) 12 homens acusados de abuso sexual infantil e chantagem contra os parentes das vítimas, no último veredicto de um escândalo que comoveu o país em 2015.
O caso foi considerado pelas autoridades paquistanesas o maior escândalo de violência contra as crianças na história do país. Quase 300 vítimas teriam sido filmadas durante o abuso sexual por homens que depois chantagearam as famílias.
Dois acusados foram condenados em abril do ano passado à prisão perpétua. Porém, o juiz Chaudhry Ilyas absolveu os homens de “abuso sexual de um menino e da acusação de filmar a criança para chantagear a família”, afirmou uma fonte oficial à AFP.
Os promotores levaram 16 testemunhas contra os acusados ao tribunal, mas não conseguiram apresentar provas, de acordo com o magistrado.
Pelo menos 280 crianças, a maioria com menos de 14 anos, aparecem em centenas de vídeos sórdidos filmados desde 2007 na localidade de Husain Janwala, ao sudoeste de Lahore, a segunda maior cidade do país, afirmou Latif Ahmed Sara, representante das famílias das vítimas.
As crianças eram gravadas quando eram violentadas por um ou vários homens ou eram obrigadas a manter relações entre si. Vinte e cinco homens estavam envolvidos quando o caso foi revelado.
A polícia, que não atuou apesar dos pedidos desesperados de alguns pais, realizou dezenas de detenções depois que os confrontos entre as famílias e as autoridades levaram chamaram a atenção da imprensa.
Em março de 2016, o Senado do Paquistão aprovou um projeto de lei que tipificava como crime pela primeira vez a agressão sexual contra menores, a pornografia infantil e o tráfico. Antes apenas os atos de estupro e sodomia eram penalizados.
Na semana passada, um tribunal anunciou a condenação à morte de um homem acusado de estuprar e assassinar uma menina de seis anos, um caso que comoveu o país e provocou grandes distúrbios na cidade do crime.