O Paquistão anunciou nesta quinta-feira, 7, que tomou o controle de 182 seminários islâmicos e prendeu 121 pessoas suspeitas em uma operação contra os os grupos terroristas locais. À imprensa, o ministro do Interior paquistanês, Ahsan Iqbal, afirmou que as ações não se relacionam aos recentes incidentes diplomáticos do país com a Índia, mas com um projeto antigo do governo para reprimir militantes radicalizados.
O governo paquistanês informou ainda que as autoridades intervieram em 35 colégios e faculdades, cinco hospitais e 163 enfermarias suspeitas de associação com o terrorismo.
O Plano de Ação Nacional foi criado em 2014 e ganhou força no mês passado depois do ataque do grupo jihadista Jaish-e-Muhammad (JeM), que matou 44 policiais da Caxemira indiana. O território é desejado há décadas pelo Paquistão, e autoridades da Índia acusaram o governo do país vizinho de ser omisso em relação às operações terroristas em seu território, onde o JeM está sediado.
A tensão entre as duas potências nucleares aumentou no final de fevereiro, com o revide militar da Índia. Segundo autoridades indianas, suas ofensivas destruíram diversas instalações do JeM no Paquistão. Em resposta, Islamabad, que já havia negado qualquer conexão com o bombardeio na Caxemira, iniciou uma incursão na linha de fronteira entre os dois países e prendeu um piloto indiano, após abater seu avião no espaço aéreo paquistanês.
O piloto Abhinandan Varthaman foi liberado no dia 1° de março em um “gesto de paz” do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, que acalmou as especulações sobre o agravamento do conflito.
Em visita ao Paquistão na quarta-feira 6, o vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Kong Xuanyou, elogiou a postura do Paquistão e disse que Beijing e Islamabad são parceiros estratégios “para todos os momentos”.
“A China vem prestando muita atenção na situação atual entre o Paquistão e a Índia e aprecia a calma e o comedimento paquistanês desde o início”, informa um comunicado de Kong reproduzido pela Al-Jazeera.
Nova explosão
Também nesta quinta-feira, 7, a polícia da Índia informou que pelo menos 18 pessoas ficaram feridas com a explosão de uma granada no terminal de ônibus da cidade de Jammu, na Caxemira indiana.
“Aparentemente a granada foi arremessada de fora do local e rolou para baixo de um ônibus na plataforma de embarque principal, machucando aproximadamente 18 pessoas”, informou o policial MK Sinha, ressaltando seu pedido para que “todos mantenham a calma.”
Jammu é um reduto hindu na Caxemira Indiana, região onde os conflitos são alimentados pela predominância da população muçulmana. A cidade já foi alvo de diversos atos terroristas no passado, apesar de se manter distante dos grupos armados que recebem um amplo apoio popular na região administrada pela Índia.
(Com Agência Efe)