Para conter protestos, Cazaquistão pede intervenção militar a Putin
Revolta popular foi provocada pelo aumento do preço do combustível. Manifestantes chegaram a invadir prédios do governo e aeroporto
Em meio piores protestos em décadas, o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, apelou para intervenção militar da Rússia. O pedido foi feito ao presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (5).
Em um discurso televisionado, Tokayev disse que recorreu à Organização do Tratado de Segurança Coletiva – uma aliança militar liderada pela Rússia e que conta com nações da antiga União Soviética, incluindo Belarus Quirguistão e Tajiquistão.
Os protestos foram desencadeados pelo aumento do preço do combustível e tomaram uma grande proporção depois que os manifestantes invadiram prédios do governo e o aeroporto de Almati, a maior cidade do país.
Até o momento, foram registrados pelo menos 200 presos e 190 feridos só na cidade.
“Almaty foi atacada, destruída, vandalizada, os residentes de Almati foram vítimas de ataques de terroristas, bandidos, portanto é nosso dever […] tomar todas as ações possíveis para proteger nosso estado”, disse o presidente.
Ele também falou que os ataques foram feitos por terroristas treinados por estrangeiros.
No início do dia, ocorreram confrontos violentos entre policiais e manifestantes em Almati, e o gabinete do prefeito foi incendiado. Muitos voos foram cancelados devido a confusão.
Às vésperas da negociação envolvendo a crise da Ucrânia, Putin agora poderá buscar mais controle nas antigas periferias soviéticas.
Para isso, é necessário que solucione o problema do Cazaquistão de forma rápida e eficiente.
Os atos começaram no domingo (2), na região de Mangistau, depois que os preços do GLP (gás liquefeito de petróleo) aumentaram na virada do ano.