Paraguai flexibiliza quarentena em região fronteiriça com Brasil
Medida foi adotada após protestos que deixaram dezenas de feridos em Alto Paraná
Após protestos que deixaram dezenas de detidos, o governo do Paraguai flexibilizou na quinta-feira 30 uma rígida quarentena que havia imposto em Alto Paraná, um departamento que faz divisa com o Brasil e que foi fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus.
O ministro da Saúde Pública, Julio Mazzoleni, disse que chegou a um acordo com o departamento, situado na zona da Tríplice Fronteira com Brasil e Argentina, para suavizar medidas isolamento anunciadas na véspera, que visavam conter a disseminação do vírus e aliviar os serviços de saúde.
O anúncio de quarta-feira sobre o retrocesso para a fase zero do isolamento causou revolta nos habitantes de Ciudad del Este, capital departamental e principal centro comercial do país, que se reuniram para protestar no centro da localidade.
As manifestações deixaram cerca de vinte feridos, entre eles cinco militares que monitoravam a Ponte da Amizade, que liga o Paraguai ao Brasil sobre o rio Paraná. A polícia deteve cerca de 60 pessoas, segundo a procuradoria.
As fronteiras do país ainda seguem um “fechamento total e firme”, exceto para casos humanitários, segundo o ministro do Interior, Euclides Acevedo.
Após uma reunião com autoridades regionais na quinta-feira, Mazzoleni disse que agora os negócios terão autorização para operar durante o dia.
“Existem, porém, estabelecimentos arriscados que combinamos não incluir nestas duas semanas, como serviços de restaurantes e academias de ginástica”, disse.
A maior parte do resto do país retomou a atividade econômica, mas grandes eventos continuam proibidos, as aulas presenciais suspensas e as fronteiras fechadas. Restrições na região de Alto Paraná também se aplicam a restaurantes, academias e locais de entretenimento.
O Paraguai acumula 4.866 casos de coronavírus e 46 mortos. Segundo dados oficiais, Alto Paraná concentra mais de 40% dos casos e 33% das mortes.
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Clique e Assine(Com Reuters e AFP)