Familiares dos 44 tripulantes do submarino argentino ARA San Juan afirmaram neste sábado estar “muito chocados” com a aparição da embarcação após um ano desaparecido no Oceano Atlântico.
“É muito impactante. Graças a Deus eles estão em paz”, contou Marta Vallejos, irmã de Celso, um dos tripulantes da marinha Argentina que viajavam na embarcação quando em 15 de novembro de 2017 a comunicação foi totalmente perdida.
Segundo relatou, a notícia foi transmitida pela própria Marinha tanto a ela como a outros parentes que estão reunidos em um hotel da cidade de Mar del Plata, onde o submarino tinha sua base e onde na quinta-feira foram realizadas homenagens pelo primeiro aniversário do desaparecimento.
Em complicadas condições para falar pela emoção, Vallejos ressaltou que todos estão “muito chocados” com a aparição do submarino no qual viajavam seus entes queridos.
“Um dia 15 tirou eles de nós e um dia 15 os trouxe de volta!! Tantos sentimentos temos nestes momentos, pedimos respeito para eles. #44herorespresentes#arasanjuan”, escreveram os familiares no Twitter.
Pouco depois das 2h local (3h no horário de Brasília), o Ministério de Defesa e a Marinha informaram que a companhia americana Ocean Infinity havia achado o submarino a 800 metros de profundidade, após analisar um objeto de 60 metros de comprimento que tinha sido detectado previamente por sensores.
A companhia americana, que cobrará 7,5 milhões de dólares pela operação, especificou que o submarino estava a cerca de 600 quilômetros da cidade de Comodoro Rivadavia.
Após dois meses de busca – tempo mínimo que por contrato a empresa deveria operar para achar o submarino – a Ocean Infinity tinha antecipado nesta semana que abandonaria a expedição, pelo menos de forma temporária, para partir para a África do Sul.
No entanto, este novo contato no fundo do oceano, obtido depois de revisar imagens obtidas previamente, fez atrasar seus planos e partir de navio até o local onde foi apresentado o indício.
Em declarações ao canal TN, Jorge Villarreal, pai de Fernando, outro tripulante, destacou que já na manhã da sexta-feira tinham informado que “havia indícios que coincidia com 70% e 80% com as caraterísticas do submarino”.
“Mas às vezes se dizia o mesmo e eram formações rochosas (…) Nos chama a atenção que justo nesse ponto tinham passado e não o encontraram”, reconheceu, fazendo referência à intensa busca realizada nos primeiros meses, sem resultado.