A Assembleia Nacional de Cuba ratificou nesta quarta-feira, 19, um novo mandato de cinco anos para o presidente Miguel Díaz-Canel. Em meio a pior crise econômica desde a revolução de 1959 de Fidel Castro, a decisão do Parlamento busca proporcionar uma maior estabilidade no país.
Em março, 470 parlamentares foram eleitos em uma votação sem candidatos de oposição, já que a ilha adere ao sistema de partido único. Ainda em julho de 2021, centenas de pessoas foram julgadas e presas após uma série de protestos tomarem as ruas de Cuba, apesar da discordância pública contra o governo seja proibida. A oposição foi, então, progressivamente enfraquecida.
Os recém-eleitos tomaram posse nesta quarta-feira e, em seguida, convocaram uma sessão para decidir a próximas lideranças legislativas e o chefe de Estado. Díaz-Canel alcançou a vitória com 97,66% dos votos.
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Eleito pela primeira vez em 2018, o líder do Partido Comunista assume o seu segundo mandato e terá como foco o combate à inflação e à falta de suprimentos, eletricidade e medicamentos na ilha.
Em acordo prévio, candidatos para os cargos foram indicados em segredo pelos legisladores e foram submetidos à análise da Comissão Nacional de Candidatura. Aos 91 anos, o parlamentar Raúl Castro, irmão de Fidel e antecessor de Díaz-Canel, participou da reunião.
O crescente descontentamento da população, a consequente emigração, a desvalorização da moeda local e as duras sanções impostas pelos Estados Unidos são obstáculos expressivos para o presidente. Dependente de commodities, a economia cubana depende da exportação do açúcar, que corresponde a 30% do seu faturamento nas divisas.
Somando-se à bola de neve, a queda do turismo provocada pela pandemia de Covid-19 reduziu a arrecadação da principal fonte de receita do país. De acordo com a Bloomberg News, a entrada de turistas reduziu de quatro milhões, em 2019, para apenas 356.000, em 2021.