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Parlamento do Irã inclui tropas dos EUA em lista de terrorismo

Medida é resposta à decisão americana de considerar a Guarda Revolucionária iraniana um grupo terrorista

Por Da Redação
Atualizado em 23 abr 2019, 17h37 - Publicado em 23 abr 2019, 09h35
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  • O Parlamento do Irã colocou nesta terça-feira, 23, o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), encarregado das operações militares no Oriente Médio, na sua lista de grupos terroristas, em reciprocidade à medida adotada por Washington contra a Guarda Revolucionária iraniana.

    O projeto de lei em apoio aos Guardiões da Revolução, uma corporação das forças armadas iranianas, foi aprovado com 173 votos a favor, quatro contra e onze abstenções, segundo informou o Parlamento.

    De acordo com o projeto de lei, o Centcom e todas as suas forças, organizações e entidades associadas foram declaradas terroristas, e qualquer colaboração com esses efetivos será considerada um ato terrorista.

    O Parlamento também pede que o governo adote medidas duras para reagir a “ações terroristas” de forças americanas.

    A República Islâmica adotou essa decisão como uma medida recíproca diante da ação dos Estados Unidos, que – segundo o projeto de lei aprovado hoje – é “uma violação do direito internacional e debilitará a segurança e a paz da região da Ásia Ocidental”.

    O movimento do Parlamento iraniano aconteceu depois que o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã designou em 8 de abril o Centcom como grupo terrorista e considerou os Estados Unidos como um país patrocinador do terrorismo.

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    No mesmo dia, o presidente americano, Donald Trump, declarou a Guarda Revolucionária como grupo terrorista, alegando que esta “participa, financia e promove o terrorismo como uma ferramenta estatal”.

    Esta foi a primeira vez que os Estados Unidos adotaram uma decisão tão drástica contra militares de outro país.

    Os Guardiões da Revolução enviaram nos últimos anos assessores militares à Síria e ao Iraque para ajudá-los na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e apoiam diversas milícias xiitas como o grupo libanês Hezbollah.

    A corporação de elite recebeu o apoio de diversos órgãos de poder político e militar no Irã e ameaçou os Estados Unidos com “uma lição inesquecível” caso seja atacada.

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    A Guarda Revolucionária foi criada depois do triunfo da Revolução Islâmica de 1979 para proteger o sistema teocrático xiita. A corporação é extremamente leal ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, é a organização militar mais poderosa do país e controla amplos setores econômicos.

    As tensões entre Teerã e Washington estão crescendo desde o ano passado, quando Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis grandes potências e reativou sanções contra o regime.

    Nos últimos anos, houve confrontos periódicos entre a Guarda Revolucionária e os militares americanos no Golfo Pérsico.

    O novo comandante-chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, indicado depois da inclusão da força na lista negra dos Estados Unidos, já alertou no passado para o fato de que o Irã poderia usar seus mísseis balísticos e de cruzeiro, drones, minas, lanchas e lançadores de mísseis na área do Golfo Pérsico para confrontar Washington.

    Nesta segunda-feira, 22, Washington anunciou a suspensão da autorização para cinco países – Índia, China, Japão, Coreia do Sul e Turquia – manterem suas compras de petróleo iraniano. Com a medida, os americanos aplicaram integralmente as sanções impostas em novembro passado contra Teerã.

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    (Com EFE e Reuters)

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