Os presidentes do Peru e da Colômbia anunciaram nesta terça-feira, 27, que irão convocar uma reunião dos países amazônicos para o próximo dia 6 de setembro para promover a proteção da floresta tropical. A iniciativa surge no momento em que o Brasil enfrenta uma crise internacional provocada pelos incêndios na Amazônia e pela política ambiental de seu governo.
O encontro deve ocorrer na cidade colombiana de Letícia, na tríplice fronteira Colômbia-Peru-Brasil, disse à imprensa o presidente colombiano, Iván Duque, na cidade amazônica de Pucallpa, no Peru. A seu lado estava seu colega peruano, Martín Vizcarra.
Duque e Vizcarra emergem como porta-vozes da região justamente quando o Brasil perde sua voz no campo da preservação da Amazônia. Outras lideranças em destaque são presidente da Bolívia, Evo Morales, que enfrenta positivamente os incêndios que assolam também seu país, e o do Chile, Sebastián Piñera, convidado para a reunião do G7 na França, no último final de semana. O Chile não é um país amazônico.
“Vamos fazer uma convocação para que todos os países da Amazônia possam fazer uma abordagem comum, para fazer também o lançamento de um compromisso diante dessa realidade tão importante que não está recebendo a devida atenção”, afirmou Vizcarra.
O presidente peruano disse que essa política terá como objetivo evitar o desmatamento e buscar alternativas para que a floresta gere progresso e desenvolvimento para as comunidades.
“Hoje temos que elevar nossa voz a nível presidencial e fazer esse pacto em que todos coordenemos nossas ações para proteger nossa Amazônia”, disse Duque.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de 1º de janeiro a 23 de agosto, foram registrados 56.131 focos de incêndios na Amazônia brasileira. Embora o número seja menor do que o registrado em outros anos, os focos de calor em 2019 estão 150% acima do índice registrado em 2018 e 60% acima da média do período 2011-2018. Há também incêndios na Bolívia.