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Pesquisa revela os três estados que podem decidir eleições nos EUA

Dos seis campos de batalha mais acirrados, Kamala Harris tem vantagem em dois e Donald Trump, em um. O jogo está onde os candidatos empatam

Por Amanda Péchy Atualizado em 4 set 2024, 18h51 - Publicado em 4 set 2024, 15h47

Uma pesquisa eleitoral publicada pela emissora americana CNN nesta quarta-feira, 4, desenhou, como se esperava, um cenário acirrado na corrida pela Casa Branca, onde todo voto conta. Olhando os resultados mais de perto para os seis estados onde a disputa deve ser mais acirrada, porém, o levantamento revelou vantagem para a democrata Kamala Harris em dois (Wisconsin e Michigan), e vantagem para o republicano Donald Trump em um (Arizona). Por isso, os últimos (Nevada, Geórgia e Pensilvânia), onde os candidatos estão completamente empatados, podem definir o resultado final.

Em todos os seis swing states – aqueles que ora dão vitória ao Partido Democrata, ora ao Partido Republicano – 15% dos ​​eleitores, em média, dizem que ainda não definiram sua escolha. Ou seja, uma parcela considerável pode mudar de ideia ao longo da campanha. Mas se as eleições fossem hoje, segundo a pesquisa da CNN, Harris teria vantagem.

O levantamento reflete como os ​​eleitores indecisos vão votar com base tanto no seu comportamento eleitoral no passado e quanto na intenção de voto atual. Veja como eles estão divididos:

  • Wisconsin: Harris 50% x 44% Trump;
  • Michigan: Harris 48% x 43% Trump;
  • Arizona: Harris 44% x 49% Trump;
  • Geórgia: Harris 48% x 47% Trump;
  • Nevada: Harris 48% x 47% Trump;
  • Pensilvânia: Harris 47% x 47% Trump.

Cenários

O atual presidente, Joe Biden, conquistou todos esses seis estados em 2020, por margens apertadíssimas (na Geórgia, por pouco menos de 12 mil votos, e no Arizona, pouco mais de 10 mil). O que se desenha quatro anos depois é o seguinte: se Harris derrotar Trump nos mesmos estados que seu antecessor, com exceção desses seis swing states, e ainda levar a melhor em Wisconsin e Michigan (onde já tem vantagem) e na Pensilvânia, qualquer outro colégio eleitoral lhe levará à Presidência.

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Do outro lado do ringue, se Trump conquistar novamente a Carolina do Norte — o que fez em 2020, embora o estado esteja em disputa neste ano —, e derrotar Harris na Geórgia e na Pensilvânia, ele venceria a eleição independentemente do que acontecesse em Wisconsin, Michigan ou Nevada. Nesse cenário, mesmo o Arizona, onde tem margem estreita, não seria necessário para garantir o mandato presidencial.

Prioridades dos eleitores

Os americanos voltaram a apontar a economia como preocupação “número um” na eleição, sendo que 39% dos respondentes da pesquisa a qualificaram como tal. Em segundo lugar na lista de prioridades (25% dos respondentes) está a proteção da democracia.

A candidata democrata continua atrás de Trump na questão da economia, embora por uma margem menor do que Biden, antes de desistir da corrida pela Casa Branca. Ela tem oito pontos percentuais, em média, de defasagem em relação a Trump no tema, enquanto ele tinha 20.

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O republicano também é visto como mais confiável para lidar com a questão imigração. Enquanto isso, Harris é tida como mais confiável para lidar com a questão do aborto – entre as mulheres, neste tema, ela tem 27 pontos de vantagem em relação a Trump.

Outro ponto é que, embora os eleitores nos swing states pensem que Trump tem planos políticos mais claros para resolver os problemas do país (exceto em Wisconsin e Michigan, onde ele está empatado com Harris), ela é vista como uma política convencional que se preocupa com “pessoas comuns”, enquanto ele é tido como “extremista”. Cerca de 50% das pessoas em cada um desses seis estados diz que suas visões e políticas são tão extremas que representam uma ameaça ao país.

Questão interessante é que Harris, embora vinculada a uma Casa Branca impopular (Biden tem aprovação de apenas 40%), cerca de 16% das pessoas que desaprovam o governo Biden a apoiariam. Na última vez que um vice-presidente em exercício concorreu à Casa Branca, em 2000, Al Gore capturou apenas 9% dos votos de quem criticava o então presidente Bill Clinton.

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As chaves da eleição

Geórgia, Pensilvânia e Nevada continuam em disputa total.

Os eleitores negros são um bloco-chave, particularmente na Geórgia. De acordo com a pesquisa da CNN, Harris teria 85% de seus votos na Geórgia, 84% na Pensilvânia e xx% em Nevada. No entanto, eles relatam menos motivação para comparecer às urnas do que os eleitores brancos.

Na divisão por gênero, Harris tem margem de dois dígitos em relação a Trump entre as mulheres nesses estados, enquanto Trump tem liderança igualmente grande entre os homens. Ela mantem a vantagem entre as mulheres mesmo nos subúrbios, onde o voto costuma ser mais conservador.

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Fora isso, a democrata tem a maioria dos votos prováveis de pessoas com menos de 35 anos nesses estados. Entre os eleitores brancos sem diploma universitário, ela tem vantagem sobre Trump na Pensilvânia, por 59% a 37%. Já ele tem quase 70% do apoio deste grupo na Geórgia.

A vantagem de Harris

A liderança de Harris, ainda que estreita, em Wisconsin e no Michigan foi impulsionada pelos eleitores democratas que voltaram a se animar com a corrida após a desistência de Biden. Ele tinha apenas 75% do apoio entre quem vota em seu partido, enquanto Harris tem mais de 95%. Além disso, agora, 72% dos eleitores democratas no Michigan dizem que estão motivados a comparecer às urnas (em março eram 58%), enquanto o número de republicanos mobilizados permanece o mesmo (7 em 10).

Em ambos os estados, o apoio à vice-presidente entre alguns importantes grupos demográficos da base do Partido Democrata se assemelha ao da vitória de Biden em 2020: mulheres, negros e brancos com diplomas universitários. No entanto, os jovens nesses estados se animaram menos – ela tem vantagem sobre Trump de 43% a 42% no Michigan e de 49% a 42% em Wisconsin.

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A vantagem de Trump

O Arizona, onde Trump detém uma estreita liderança geral, se destaca nessas pesquisas como o único estado onde Harris parece não ter restaurado o apoio entre vários grupos democratas importantes, notavelmente eleitores latinos, jovens e brancos com diplomas universitários.

  • 48% dos eleitores com menos de 35 anos favorecem Trump; 42% votariam em Harris;
  • 43% dos latinos votariam em Trump; 49% em Harris;
  • 45% das mulheres escolheriam Trump; 49% Harris;
  • Trump e Harris estão empatados entre eleitores brancos com diploma, com 47% para cada.

Esses resultados ocorrem mesmo quando as disputas eleitorais no Arizona sugere um clima mais favorável para os democratas. Na eleição para o Senado, o democrata Ruben Gallego tem 47% das intenções de voto, enquanto republicana Kari Lake tem 44%. Lá, uma proposta de votação para adicionar o direito ao aborto à constituição do estado tem apoio esmagador – 62% dizem que votariam a favor, enquanto 35% se oporiam.

As descobertas sugerem que Trump, como figura, pode ter um apelo mais amplo lá do que em outros swing states.

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