Pesquisas apontam derrota de Trump contra principais candidatos democratas
Apesar de perder no voto popular, sistema baseado em colégios eleitorais ainda pode garantir vitória do republicano em estados importantes no pleito de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já enfrenta os primeiros sinais de que a corrida pela Casa Branca em 2020 não será fácil. A um ano das eleições presidenciais que podem decidir sua reeleição, pesquisas divulgadas nesta terça-feira, 5, mostram o republicano atrás dos principais pré-candidatos do Partido Democrata em votos populares.
Segundo sondagem realizada pelo jornal americano The Washington Post, em conjunto com a emissora de televisão ABC News, em uma disputa direta com o ex-presidente Joe Biden, Trump perderia por 17 pontos. Nesse cenário, a pesquisa aponta o candidato republicano com 39% dos votos nacionais e Biden com 56%.
Já em uma disputa com a senadora Elizabeth Warren, Trump perderia com 40% dos votos, contra 55% da candidata democrata que tem como pedra fundamental de sua campanha o combate à corrupção e à desigualdade de renda. O senador por Vermont Bernie Sanders teria 55% dos votos contra o atual presidente dos Estados Unidos.
A pesquisa Post/ABC aponta ainda que Trump perderia para outros dois candidatos democratas: a senadora pela Califórnia Kamala Harris e o prefeito de South Bend, Indiana, Pete Buttigieg.
Em outra pesquisa, da emissora NBC e do jornal The Wall Street Journal divulgada no final de semana, Trump está 8 pontos porcentuais atrás do senador Bernie Sanders e da senadora Elizabeth Warren, e 9 pontos porcentuais atrás do ex-vice-presidente Joe Biden. Sondagem da Fox News mostrou um resultado parecido: o presidente perde para Warren (5 pontos), para Sanders (8 pontos) e para Biden (12 pontos).
No entanto, algumas particularidades tornam a eleição americana mais imprevisível que as outras. A primeira é o fato de o presidente não ser escolhido pelo voto direto, mas por um colégio eleitoral formado por 538 delegados.
A alocação destes 538 votos é proporcional à população de cada estado. Os menos populosos, como Wyoming e Maine, têm 3 votos no colégio eleitoral. O mais populoso, a Califórnia, tem 55. Quem vence a eleição em um Estado, ganha todos os votos dele no colégio eleitoral.
Por isso, os estrategistas republicanos preferem focar nas pesquisas estaduais e tentar repetir a façanha de 2016, quando Trump teve cerca de 3 milhões de votos a menos que a democrata Hillary Clinton, mas foi eleito presidente com folga no colégio eleitoral: 306 a 232.
Uma pesquisa do jornal The New York Times em parceria com a faculdade Siena College divulgada na segunda-feira 4 confirma o cenário da sondagem Post/ABC sobre a vitória de Trump no voto popular. Contudo, mostra que apenas Biden leva vantagem sobre o republicano nos estados-chave para a corrida eleitoral.
O vice-presidente vence no Arizona (+5 pontos), na Flórida (+2), na Pensilvânia (+3) e em Wisconsin (+3), empata em Michigan e perde na Carolina do Norte (-2). Já Sanders ganha em Michigan (+2), Pensilvânia (+1) e Wisconsin (+2), porém é superado no Arizona (-1), na Carolina do Norte (-3) e na Flórida (-1).
Warren ganha apenas no Arizona, com vantagem de dois pontos, e empata na Pensilvânia e em Wisconsin, Mas Trump prevalece com boa vantagem na Carolina do Norte (-3), na Flórida (-4) e em Michigan (-6).
Para os democratas levarem a Presidência, eles têm que ganhar em pelo menos três desses estados, presumindo que todos os outros estados do país repitam os resultados das eleições de 2016. Para Trump se reeleger, ele deverá sair vitorioso na Flórida, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
As pesquisas mostram as intenções de voto para as eleições 2020. Segundo o site RealClearPolitics, que compila todas as pesquisas e disponibiliza uma média, Trump aparece com 42,6% de aprovação em todo o país.
(Com Estadão Conteúdo)