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Petroleiro iraniano retido deixa Gibraltar após recusa a pedido dos EUA

Teerã advertiu Washington contra qualquer tentativa de interceptar a embarcação, que esteve no centro de uma crise diplomática nas últimas semanas

Por Da Redação
Atualizado em 19 ago 2019, 09h28 - Publicado em 19 ago 2019, 09h14
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  • O petroleiro iraniano que estava retido em Gibraltar por seis semanas zarpou neste domingo 18, depois que o enclave britânico no sul da Espanha rejeitou uma solicitação dos Estados Unidos para mantê-lo preso.

    Segundo o site de acompanhamento do tráfego marítimo Marine Traffic, o petroleiro, retido em 4 de julho nas águas de Gibraltar, levantou âncora e navegava rumo à Grécia.

    Nesta segunda-feira, 19, o Irã advertiu os Estados Unidos contra qualquer tentativa de interceptar a embarcação durante sua viagem por águas internacionais.

    O “Grace 1” mudou de nome para “Adrian Darya” e trocou sua bandeira panamenha, com a qual estava navegando, pela iraniana, para seguir viagem.

    A embarcação foi apreendida em 4 de julho por fuzileiros da marinha britânica na região ocidental do Mediterrâneo, sob a suspeita de que levava petróleo à Síria, violando, portanto, sanções impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

    Gibraltar, contudo, suspendeu a ordem de detenção na quinta-feira 15, depois que o ministro-chefe do território britânico afirmou que recebeu garantias por escrito do governo iraniano de que a carga não seria levada à Síria.

    No sábado, os Estados Unidos pediram que o governo europeu mantivesse o petroleiro retido, já que a embarcação tem relações com a Guarda Revolucionária do Irã, considerada organização terrorista pelo governo americano.

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    Em nota, a Justiça de Gibraltar alegou que “o regime de sanções da União Europeia contra o Irã é muito menos abrangente do que o dos Estados Unidos”. Além disso, a norma europeia “proíbe especificamente a aplicação de certas leis” americanas, como sanções ao Irã, acrescentou o comunicado.

    Uma parte da tripulação, incluindo o capitão, foi substituída, já que os Estados Unidos ameaçaram recusar vistos para membros da tripulação que colaborassem com “os Guardiães Revolucionários a transportar petróleo do Irã”.

    Crise diplomática

    A captura do “Grace 1” gerou uma grave crise diplomática entre Londres e Teerã. Em resposta à apreensão de sua embarcação, o Irã reteve, quinze dias depois, um petroleiro britânico, o “Stena Impero”, no estreito de Ormuz.

    O governo iraniano interceptou ainda outros dois petroleiros, agravando a tensão em uma região onde várias embarcações foram atacadas ou danificadas por minas e onde um drone americano foi derrubado pelo Irã, enquanto Washington endurecia as sanções contra a República Islâmica.

    Os Estados Unidos tentaram pela primeira vez em 15 de agosto persuadir Gibraltar a manter o petroleiro, enviando um pedido de assistência judicial quando fosse libertado.

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    Gibraltar explicou ter respondido aos Estados Unidos, naquele mesmo dia, que “era impossível atender à demanda” com base nas informações fornecidas por Washington.

    Ao contrário dos Estados Unidos, a União Europeia não considera os Guardiães da Revolução uma organização terrorista e não aplica as mesmas sanções que Washington, completou a Justiça de Gibraltar.

    Em 2018, o presidente americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, negociado por seu antecessor Barack Obama com Irã, França, Rússia, Grã-Bretanha, China e Alemanha.

    Os europeus tentam convencer o Irã a continuar a respeitar o acordo, tentando limitar o impacto das sanções dos Estados Unidos contra todas as empresas que negociam com o Irã, independentemente de sua nacionalidade.

    (Com AFP)

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