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Planos dos EUA e Otan para guerra na Ucrânia vazam na internet

Pentágono investiga documentos secretos que foram compartilhados no Twitter e no Telegram, que parecem ter sido modificados

Por Da Redação
Atualizado em 12 abr 2023, 13h16 - Publicado em 7 abr 2023, 13h12

Altos funcionários da Casa Branca informaram nesta sexta-feira, 7, que documentos de guerra secretos, com detalhes dos planos dos Estados Unidos e da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) para fortalecer o exército ucraniano antes de uma contra-ofensiva, foram publicados nesta semana em redes sociais.

Atualmente, o Pentágono investiga quem está por trás dos documentos que divulgados no Twitter e no Telegram, plataforma com mais de meio bilhão de usuários que ainda está disponível na Rússia.

Segundo o jornal americano The New York Times, analistas militares afirmaram que os documentos parecem ter sido modificados em relação ao seu formato original, aumentando as estimativas dos Estados Unidos de soldados ucranianos mortos na guerra e reduzindo as de baixas russas. As modificações sugerem um possível plano de desinformação de Moscou.

“Quer esses documentos sejam autênticos ou não, as pessoas devem tomar cuidado com qualquer coisa divulgada por fontes russas”, disse o diretor de estudos russos do CNA, um instituto de pesquisa em Arlington, Virgínia, Michael Kofman, ao Times.

Por exemplo, uma das informações divulgadas informava que 16 mil a 17 mil soldados russos foram mortos, enquanto a Ucrânia sofreu até 71 mil mortes de soldados. Entretanto, o Pentágono e outros analistas estimam que a Rússia teve muito mais baixas, com quase 200 mil mortos e feridos, enquanto o lado ucraniano soma mais de 100 mil mortos e feridos.

Em contrapartida, partes dos documentos pareciam autênticas e forneceriam à Rússia informações valiosas, como cronogramas para a entrega de armas e treinamento de soldados, bem como dados sobre o exército ucranianos e outros detalhes militares.

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As revelações dos documentos originais representa uma violação significativa da inteligência americana no esforço de ajudar a Ucrânia. Até a noite desta quinta-feira 6, os funcionários do governo do presidente Joe Biden trabalhavam para excluir os documentos, segundo o Penágono, mas ainda não conseguiram.

“Estamos cientes dos relatos de postagens nas redes sociais e o departamento está analisando o assunto”, detalhou a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.

Os documentos divulgados não contém planos específicos, nem detalham quando e onde a Ucrânia pretende lançar sua ofensiva (apesar das autoridades americanas afirmarem que provavelmente vai ser no mês que vem). Mas como os registros são de apenas cinco semanas atrás, oferecem uma visão ampla do que o exército da Ucrânia pode precisar para a campanha.

Uma das informações divulgadas, por exemplo, foi a taxa de gastos dos HIMARS, um sistema de foguetes de longa distância e alta precisão fornecido pelos Estados Unidos. Até o momento, o Pentágono não havia comunicado com que rapidez os soldados ucranianos consomem as munições dos HIMARS, detalhe que os documentos revelam.

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Nesta sexta-feira, 7, alguns analistas disseram que pode ser difícil avaliar o impacto da divulgação dos documentos na linha de frente dos combates agora e nos próximos meses. A Rússia tem penado para avançar no leste da Ucrânia, e não se sabe se os militares russos, depois de sofrerem baixas impressionantes, serão capazes de montar um novo ataque potente, ou mesmo de resistir às ofensivas ucranianas.

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Um dos documentos publicados, rotulado como “ultrassecreto”, oferece o “Estado do conflito em 1º de março”. No dia, oficiais ucranianos estavam em uma base americana em Wiesbaden, na Alemanha, para exercícios de guerra. Um dia depois, o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto americano, e o general Christopher Cavoli, o supremo comandante aliado para a Europa, visitou o treinamento.

Um outro arquivo divulgado lista unidades, equipamentos e treinamento das tropas ucranianas, com cronogramas de janeiro a abril. O documento contém um resumo de 12 brigadas de combate, sendo nove delas treinadas e guarnecidas pelos Estados Unidos e os aliados da Otan.

Dessas nove, seis brigadas ficariam prontas até 31 de março e as demais até 30 de abril. Uma brigada ucraniana tem cerca de 4 mil a 5 mil soldados.

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O documento dizia que os prazos de entrega dos equipamentos afetariam os treinamentos e atrasariam o cronograma. O equipamento total necessário para nove brigadas era de mais de 250 blindados e mais de 350 veículos mecanizados.

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