A tropa de choque da polícia de Hong Kong tentou invadir o aeroporto internacional da ilha nesta terça-feira, 13, com o objetivo de desfazer os protestos que vêm provocando o cancelamento de vôos há dois dias seguidos. Mas, diante da resistência e dos riscos da operação, recuaram.
A chegada da polícia provocou pânico dentro do aeroporto, onde passageiros e paramédicos se mesclavam entre cerca de 5.000 manifestantes. Houve tentativas de impedir o ingresso da tropa de choque com barricadas formadas por carrinhos de bagagem, segundo a rede americana de televisão CNN.
Os manifestantes escolheram o aeroporto internacional, onde estão concentrados desde quinta-feira 8, como palco de seus protestos por considerar o local seguro contra a repressão policial.
O que começou como uma reação raivosa a um projeto de lei, hoje suspenso, que permitiria que suspeitos de crimes fossem extraditados para serem julgados em tribunais chineses, passou a incluir exigências de maior democracia, da renúncia da chefe do Executivo Carrie Lam e até de uma proibição a turistas da China continental.
Paramédicos tentaram remover do aeroporto um homem acusado de ser policial à paisana. Cercado por manifestantes, ele desmaiou. Um manifestante foi detido pela polícia.
Na segunda-feira 12, o porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo da China, Yang Guang, afirmou haver “sinais incipientes de terrorismo” em casos de violência registrados nas manifestações. A declaração foi interpretada como uma ameaça de interferência militar direta de Pequim, que não tem visto resultados na repressão imposta pelo governo da ilha.
“Os manifestantes radicais de Hong Kong recorreram em diversas ocasiões a objetos extremamente perigosos para atacar os policiais, o que constitui um crime grave e revela sinais incipientes de terrorismo”, afirmou Yang.