O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na quinta-feira 7 que as políticas do presidente Nicolás Maduro “não trazem nada além de escuridão” para a Venezuela.
“Sem comida. Sem remédio. Agora, sem energia. Em seguida, sem Maduro”, escreveu ele em uma mensagem no Twitter, referindo-se à grande queda de energia que atingiu o país nesta quinta.
O blecaute que começou no final da tarde de ontem já se estende por mais de quinze horas na maior parte de Caracas e em outras cidades do país.
Os serviços de metrô e trem na cidade não funcionam nesta manhã. A vice-presidente, Delcy Rodríguez, anunciou logo nas primeiras horas desta sexta a suspensão das jornadas de trabalho e das aulas em todo o país.
O governo venezuelano atribuiu o blecaute a uma “sabotagem” em uma hidrelétrica que fornece a maior parte da energia do país. A operadora estatal CORPOELEC afirmou que há uma “guerra energética” contra a Venezuela, em declaração no Twitter.
Pompeo, contudo, afirmou que não há ninguém a culpar pelo apagão que não Nicolás Maduro e seu regime que levou o país à maior crise de sua história.
“A queda de energia e a devastação que fere os venezuelanos comuns não é culpa dos EUA. Não é culpa da Colômbia. Nem do Equador ou do Brasil, da Europa ou de qualquer outro lugar. Escassez de energia e fome são resultado da incompetência do regime de Maduro”, escreveu.
A falta de eletricidade é frequente nas cidades venezuelanas. O país enfrenta uma grave crise econômica, além de hiperinflação, falta crônica de alimentos e medicamentos e uma emigração em massa de mais de 3 milhões de pessoas.
Críticos afirmam que a corrupção e o baixo investimento deixaram a rede de transmissão de energia do país incapaz de funcionar, enquanto o presidente Nicolás Maduro afirma que os problemas são causados intencionalmente por adversários políticos.
As sanções impostas pelos Estados Unidos contra o regime de Maduro e a petroleira PDVSA também podem ter influência no apagão. Segundo o Inter-American Dialogue, think-tank sediado em Washington, as reservas de combustível do país devem estar no fim, já que o embargo americano dificulta a busca do chavismo por nações da qual importar petróleo leve, diesel e gasolina.
Apesar de estar sentada sobre a maior reserva de petróleo do mundo, a Venezuela produz apenas o óleo conhecido como “pesado”, cujo refino custa muito mais caro e exige tecnologia adequada. Maduro ainda depende da importação do “petróleo leve” para manter o setor de transportes e a geração de energia elétrica em funcionamento.