Pompeo diz que Rússia continuará tentando ‘minar a democracia ocidental’
O secretário de Estado diz que Trump reconhece a interferência russa nas eleições de 2016, mas insiste que essa estratégia é usada por Moscou "há décadas"
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse ontem (19) acreditar que a Rússia “tentará minar” as democracias em todo o mundo nos próximos anos, assim como vem fazendo “há décadas”. Moscou está no centro das investigações da promotoria federal dos Estados Unidos sobre sua interferência nas eleições americanas de 2016.
Pompeo insistiu à emissora conservadora Fox News que o presidente Donald Trump reconhece que a Rússia interferiu nas últimas eleições presidenciais americanas. O presidente americano tem sido bombardeado em seu país por ter se encontrado com o líder russo, Vladimir Putin, no último dia 16 e por ter afirmado que acreditava mais na versão da Rússia sobre esse caso do que na avaliação das agências de inteligência dos Estados Unidos.
Moscou nega qualquer envolvimento nas eleições que deram a vitória a Trump. Os relatórios das agências americanos apontam e provam o contrário.
“Ele, francamente, entende que isso (a interferência russa) vem acontecendo há bastante tempo, não apenas em 2016”, afirmou. “De alguma forma, a América parece esquecer a história dos esforços da Rússia para minar a democracia ocidental há décadas.”
“Tenho plena confiança de que os russos tentarão minar a democracia ocidental” em 2019 e “por um bom tempo”, assim como fizeram em 2017 e 2018, disse o secretário de Estado americano. “É nossa responsabilidade como líderes do governo dos Estados Unidos fazer tudo o que pudermos para impedi-los de interferir [no nosso país], não apenas em nossas eleições, mas também mais amplamente.”
No dia seguinte ao encontro com Putin, Trump disse aos repórteres que ele havia se expressado mal e que responsabilizava a Rússia pela interferência.
A Casa Branca, porém, anunciou ontem que Putin foi convidado pelo presidente americano para uma reunião em Washington ainda este ano.
Pompeo disse na entrevista que Washington não vai aceitar que a equipe de Putin questione um proeminente grupo de americanos que, segundo o presidente russo, conduz atividades ilegais na Rússia – alegações que o governo americano nega veementemente.
Entre aqueles que Putin quer questionar está o ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, Michael McFaul, um crítico do presidente russo, além do financista Bill Browder, que pressionou o governo americano a impor novas sanções à Rússia.
O secretário de Estado americano também chamou as alegações de que Trump teria alguma dívida ou acordo secreto com Putin de “absurdo”.