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Popularidade de Piñera cai para 10% depois de protestos

Aprovação do presidente é a mais baixa registrada desde a redemocratização do país

Por Da Redação
2 dez 2019, 16h44

Chamuscada pelos 48 de protestos e de reações violentas das forças de segurança, a popularidade do presidente do Chile, Sebastián Piñera, caiu para 10%, o patamar mais baixo já registrado por um chefe de Estado desde a redemocratização do país, em 1990, segundo pesquisa da consultoria Cadem divulgada nesta segunda-feira, 2.

A pesquisa envolveu entrevistas por telefone a 708 pessoas de todo o país entre os dias 27 e 28 de novembro e  mostrou uma queda de dois pontos na popularidade do presidente desde a consulta anterior, de outubro. A desaprovação do governo de Piñera, porém, chegou a 82%.

O gabinete de ministros também registrou um índice elevado de desaprovação, chegando a 83%. Individualmente, os ministros de Piñera se tornaram cada vez mais impopulares, à exceção de Ignacio Briones, da pasta da Fazenda, cuja aprovação aumentou cinco pontos porcentuais e atingiu 41%. O ministro mais impopular do Chile é Jaime Mañalich, da Saúde, com popularidade de 12%, enquanto a mais popular é a ministra da Secretaria Geral, Karla Rubilar, com 45%.

Briones, contudo, é novato no cargo. Tornou-se ministro após a reforma ministerial promovida por Piñera para tentar diminuir a força dos protestos. Sob a nova gestão, o governo chileno começou a anunciar pacotes sociais e a realizar algumas reformas, como a redução em 50% dos salários de políticos.

Há semanas o Chile se vê envolto em manifestações contra o governo de Piñera e a desigualdade social no país. Apesar de 67% dos entrevistados dizerem apoiar os protestos, a vasta maioria, 96%, é contra os saques e depredações de prédios públicos ou privados, e a maioria aprova que o Exército garanta a segurança de prédios considerados cruciais para o país.

Os protestos tiveram início com o anúncio do aumento da passagem de metrô, no final de outubro. Logo as manifestações ganharam corpo, com demandas ampliadas. O número de mortos saltou para 23, enquanto denúncias de violência e de abusos policiais começaram a aparecer. Como resposta, o governo chileno anunciou que será realizado um plebiscito em abril de 2020 para decidir se o país irá elaborar uma nova Constituição, já que a atual data do período da última ditadura militar no país.

(Com AFP)

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