Por greve, companhias aéreas cancelam voos entre Brasil e Argentina
Funcionários de estatal argentina que administra serviços de aeroportos querem aumento salarial; Latam e Gol suspenderam serviço nesta quarta-feira
Os voos entre a Argentina e o Brasil, bem como centenas de outros indo em direção ou partindo de território argentino, foram cancelados nesta quarta-feira, 28, devido a uma greve de 24h organizadas por funcionários da Intercargo, estatal argentina que administra serviços de rampa, bagagens e passageiros em diversos aeroportos do país, e da Aerolíneas Argentinas. O objetivo é negociar um aumento salarial superior ao que foi oferecido pelas empresas.
As companhias aéreas Latam e Gol estão entre as que informaram o cancelamento de operações para a Argentina nesta quarta. Ambas ofereceram possibilidade de que os passageiros alterem a data da viagem, sem custo adicional, ou recebam reembolso pelo voo perdido.
24 mil passageiros afetados
Já a Aerolíneas Argentinas, maior companhia do país vizinho, afirmou ter cancelado 331 voos de e para diferentes destinos, sendo 305 domésticos, 24 regionais e 2 internacionais. Segundo a empresa, 24 mil passageiros serão afetados pelas medidas, dos quais 3 mil teriam voos internacionais.
“Além disso, 10 mil passageiros já fizeram alterações voluntárias nos últimos dias”, afirmou a companhia aérea em comunicado, estimando um custo de US$ 2 milhões (R$ 9,9 milhões, na cotação desta quarta-feira) com a paralisação de 24 horas.
A Aerolíneas Argentinas pediu que os passageiros não compareçam ao aeroporto nesta quarta, porque não haverá atendimento presencial da companhia aérea. Ao invés disso, devem consultar as notificações por e-mail ou entrar em contato com a agência de viagem com que compraram a passagem para avaliar alternativas.
Greve
Funcionários da Intercargo e da Aerolíneas Argentinas marcaram uma greve para esta quarta-feira, com objetivo de negociar um aumento salarial. Os representantes dos trabalhadores das estatais exigem recomposição do salário superior aos 12%, que já foram oferecidos pelas empresas.
O movimento foi organizado por três sindicatos argentinos: a Associação de Pessoal da Aeronáutica (APA), Sindicato do Pessoal Superior e Profissional de Empresas Aerocomerciais (UPSA) e Associação dos Pilotos de Linhas Aéreas (Apla).