Por que a contraofensiva de primavera da Ucrânia ainda não começou
Apesar do envio de milhões de dólares em armas e munições por aliados, operação de retomada de territórios ainda não saiu do papel
Apesar do envio de milhões de dólares em armas e munições por aliados, a contraofensiva ucraniana, prevista para a primavera, ainda não saiu do papel, mesmo com a proximidade do verão. Nas últimas semanas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alegou que a demora se dá pela falta de armamentos ocidentais adequados para uma reação militar sem um elevado número de baixas.
Com a escalada do conflito ao longo dos meses, países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, se comprometeram a apoiar as tropas ucranianas, mas grande parte dos equipamentos ainda não foi entregue, de acordo com análise de Ben Barry, ex-oficial da inteligência britânica que atua como pesquisador sênior de guerra terrestre do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Entre os 300 sistemas de tanques prometidos por Dinamarca, Holanda, Espanha e Alemanha, apenas cerca de 100 chegaram a Kiev. Com o início da contraofensiva, o Exército ucraniano precisará de um grande arsenal para manter os intensos ataques aos soldados russos. A Ucrânia, contudo, já teria começado a moldar as operações, como alvejar com artilharia de longo alcance zonas ocupadas pelos russos.
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Acompanhando as declarações presidenciais, a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, utilizou suas redes sociais para garantir que apenas estão “ganhando tempo para certas ações planejadas”. Alguns obstáculos, contudo, dificultam a concretização dos planos ucranianos. Entre eles o clima gélido, que assume protagonismo, já que o terreno congelado impediu a transição para a contraofensiva.
Os longos treinamentos oferecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido também entram no rol de motivos para a ausência de medidas mais efetivas para a retomada do território. Dezenas de milhares de soldados foram habilitados para atuar em diversos setores do campo de batalha, até mesmo na área médica. Táticas avançadas de armas combinadas com os veículos de combate blindados e qualificação para operar o sistema de defesa antimísseis Patriot fazem parte, ainda, dos serviços oferecidos pelas nações aliadas.
No momento, a última turma de militares ucranianas está finalizando os treinamentos nessas modalidades. Os EUA, no entanto, afirmam que o apoio às tropas se entenderá no treinamento em tanques Abrams na área de treinamento alemã de Grafenwoehr.