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Por que o Canadá decidiu proibir a compra de imóveis por estrangeiros

Nova legislação entrou em vigor neste ano e é forma de estabilizar os preços no mercado imobiliário no país, segundo premiê

Por Da Redação
Atualizado em 2 jan 2023, 19h59 - Publicado em 2 jan 2023, 19h58
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  • Uma nova lei entrou em vigor dia 1º de janeiro no Canadá, na qual estrangeiros estão proibidos de comprar propriedades residenciais como investimentos por dois anos. A legislação foi aprovada após um aumento nos preços das casas canadenses desde o início da pandemia de coronavírus, em 2020.

    Em fevereiro de 2022, o país registrou o maior preço médio de venda de casa, batendo U$ 647.340 (cerca de R$ 3 milhões e meio). Só em 2021, o valor de uma propriedade subiu em 20%, o que acumulou uma alta de 50% nos últimos anos. Na última década, o custo dos imóveis subiu em mais de 5% por ano.

    Segundo o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, os principais responsáveis pelo aumento dos preços das residências são os multimilionários estrangeiros que investem no mercado imobiliário para multiplicar a própria fortuna. 

    “O desejo de casas canadenses está atraindo aproveitadores, corporações ricas e investidores estrangeiros”, disse o site da campanha do partido do primeiro-ministro no ano passado. “Isso está levando a um problema real de moradias vazias e subutilizadas, especulação desenfreada e preços disparados. Casas são para pessoas, não para investidores”. 

    A medida, além de ser uma promessa feita durante sua campanha de reeleição no ano passado, é, para Trudeau, uma forma de estabilizar os preços no mercado imobiliário no país, que enfrenta problemas de acesso à moradia. Dentro dos países que formam o G7, grupo com as nações mais industrializadas do mundo, o Canadá alcançou a maior desigualdade entre renda e preços de imóveis.  

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    As duas maiores cidades do país, Toronto e Vancouver, frequentemente aparecem em ranking de bolhas imobiliárias. Atualmente o país é considerado como uma bolha imobiliária para investidores chineses, que já somam mais de 5 milhões. A principal plataforma chinesa para compradores de propriedades no exterior, Juwai.com, afirmou que o Canadá é o terceiro destino mais popular para investimentos asiáticos no mercado imobiliário.

    A lei prevê algumas exceções, como compras de casas por imigrantes e residentes que permaneçam no Canadá mas não são cidadãos. No entanto, a inflação dos preços das propriedades começou a melhorar antes da lei entrar em vigor. Apesar de terem atingido um pico em fevereiro, os preços caíram cerca de 13% até o fim do ano, afirmou a Canadian Real Estate Association.

    O diretor da Focus Consulting, Steve Pomeroy, afirmou à BBC que, apesar dos investidores estrangeiros não serem a raiz dos problemas em relação à acessibilidade à moradia, o aumento de tributação pode trazer à nação uma receita adicional. Assim, o dinheiro a mais pode ser aplicado em iniciativas que podem resolver a questão de preços. 

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    A associação imobiliária nacional manifestou preocupação com a nova legislação, mesmo com as exceções para aqueles que pretendem se mudar para o Canadá.  

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    “O Canadá construiu uma reputação de nação multicultural que acolhe pessoas de todo o mundo. Conforme proposto atualmente, a proibição da compra de imóveis residenciais por não canadenses pode impactar nossa reputação como nação acolhedora”, afirmou o grupo em comunicado. “Os benefícios potenciais da proibição provavelmente serão modestos”. 

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