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Mês dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana

Postura de Putin sobre Ucrânia mostra limites da diplomacia de Trump

Presidente russo se mostra intransigente em suas demandas para alcançar um acordo de paz

Por Flávio Monteiro
Atualizado em 21 ago 2025, 22h12 - Publicado em 21 ago 2025, 12h31

Apesar de reuniões no Alasca e em Washington, o desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia vem esbarrando nos interesses de uma das principais partes envolvidas no conflito: Vladimir Putin. Se mostrando intransigente em suas demandas para um acordo de paz, a postura do presidente da Rússia contrasta com a emanada pela Casa Branca.

“Ele realmente quer parar a guerra, mas precisa pará-la de uma forma que pareça uma vitória”, declarou uma fonte do Kremlin ao jornal americano The Washington Post antes da realização das cúpulas, que resultaram em uma oportunidade de um acordo de paz.

Pressionado por Trump antes dos encontros — o presidente chegou a ameaçar sanções mais duras a Moscou –, Putin teve sucesso em diminuir a pressão por um cessar-fogo e ganhar tempo para dar prosseguimento a sua guerra, uma vez que o acordo de paz amplo defendido pelas superpotências pode levar anos até ser concretizado.

Enquanto Kiev deu sinais de flexibilização para alcançar um possível acordo, a Rússia segue criando dificuldades para o caminho da paz almejada pela Casa Branca. Na quarta-feira, 20, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que o país espera ter poder de veto sobre qualquer acordo de segurança criado pelo Ocidente para defender a Ucrânia de futuros ataques.

“Parte da razão pela qual a Rússia não está disposta a se curvar reflete o fato de que a Ucrânia é basicamente a baleia branca de Putin. Isso é o que ele quer, e ele não vai parar até conseguir, ou até que esteja convencido de que não pode conseguir”, declarou o ex-diretor para questões ligadas à Rússia no Conselho de Segurança Nacional americano Nate Reynolds.

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Em um discurso de 2021, Putin declarou que “a verdadeira soberania da Ucrânia só é possível em parceria com a Rússia”, explicitando sua visão de que russos e ucranianos são um único povo. De acordo com analistas, Moscou não vê o conflito como uma simples guerra entre dois países, mas uma chance de redesenhar a estrutura de segurança da Europa.

Segundo Reynolds, por vezes há dificuldades por parte da Rússia em transmitir aos EUA o seu real interesse no conflito. O Kremlin se manifesta de forma insistente sobre a necessidade de abordar “as causas profundas” do conflito, que parece se referir à manutenção da Ucrânia como um estado submisso aos interesses de Moscou.

No entanto, a confiança de Putin em uma possível vitória militar sobre a Ucrânia faz com que o mandatário perca a chance de capitalizar sua boa relação atual com Trump. Além disso, a resistência do Kremlin em concordar com um acordo mantém Moscou em uma guerra que afeta severamente sua economia e posição estratégica global.

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Na terça-feira, 19, Lavrov disse que Trump apresentou um “entendimento de que é necessário eliminar as causas profundas”. Questionado na quarta-feira, o presidente americano evitou responder sobre a sua compreensão a respeito do tema.

Explicitadas em um memorando no início de junho, as condições da Rússia para a paz incluem a restrição da soberania da Ucrânia, a exclusão permanente de Kiev de alianças como a Otan e que os territórios de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson sejam dominados por Moscou.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, chegou a falar que os preparativos para uma reunião entre Putin e Zelensky estavam em andamento, e ambos demonstraram interesse em se reunir, o que foi minimizado momentos depois por Lavrov ao declarar que “quaisquer contatos entre altos funcionários tem que ser preparados minuciosamente”, argumento utilizado pelo Kremlin há anos para evitar reuniões com os ucranianos.

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