O prefeito da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia do coronavírus na China, assumiu parte da responsabilidade pela propagação da doença nesta segunda-feira, 27, e ofereceu sua renúncia. Em entrevista à televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang afirmou que a resposta de sua administração ao surto “não foi boa o suficiente”.
O prefeito também admitiu que a divulgação de informações pelas autoridades da cidade foi “insatisfatória”. Zhou ainda confirmou que pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes de o governo decretar o isolamento, o que pode ter contribuído para a disseminação do vírus pelo país.
Ma Guoqiang, secretário do Partido Comunista da China em Wuhan, também ofereceu o seu cargo. “Nossos nomes viverão na infâmia, mas enquanto for propício ao controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o companheiro Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade”, disse Zhou em entrevista à emissora CCTV.
Em todo o país, foram confirmados pelo menos 2.744 casos de infecção pelo coronavírus, com cerca de metade dos registros na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Ao todo, 81 pessoas morreram na China.
Embora um pequeno número de casos vinculados a pessoas que viajaram de Wuhan tenham sido confirmados em mais de 10 países, incluindo Tailândia, França, Japão e Estados Unidos, nenhuma morte foi relatada em outro lugar.
O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, está em Pequim para discutir o surto com autoridades do governo chinês e especialistas da área de saúde.