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Prefeito de Pittsburgh a Trump: ‘Não venha’

Políticos republicanos rejeitam convite para acompanhar presidente em homenagem às vítimas de massacre; familiares rechaçam visita de pêsames

Por Da Redação
Atualizado em 30 out 2018, 17h08 - Publicado em 30 out 2018, 13h41
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  • A Casa Branca recebeu do prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, uma mensagem inesperada. Diante dos planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ir à cidade para homenagear as vítimas do massacre do último sábado, Peduto pediu ao líder americano que cancele a viagem.

    A retórica de Trump contra minorias e sua defesa intransigente do acesso dos americanos a armas são apontadas como ingredientes para a ação de pessoas como Robert Browers. Na manhã de sábado, ele ingressou na sinagoga Árvore da Vida, em Pittsburgh, armado com um fuzil AR-15 e três pistolas. Aos gritos de “morte aos judeus”, matou onze pessoas e feriu outras seis.

    “Tentamos levar a mensagem para a Casa Branca de que nossa prioridade é o primeiro funeral”, afirmara o prefeito na noite de segunta-feira. “Eu acredito que seria melhor dar atenção às famílias nesta semana. Se ele vier nos visitar, deve escolher um momento diferente “, completou Peduto.

    Peduto mostrou-se diplomático ao apresentar seus argumentos. As razões, porém, são mais sérias. Cerca de 1.000 moradores de Pittsburgh se manifestaram na segunda-feira contra a visita de Trump, declarando que ele “não é bem-vindo na nossa cidade nem no nosso país”. Algumas famílias de vítimas que estavam na programação de visita de Trump também rejeitaram a visita presidencial.

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    Trump planeja visitar Pittsburgh logo depois do primeiro dos seis funerais programados para o fim desta tarde. Ele iria acompanhado de sua mulher, Melania, de sua filha, Ivanka, e do genro e assessor, Jared Kushner. Até o momento, a Casa Branca não cancelou a viagem. Mas quase todas as autoridades que ele pretendia levar consigo declinaram seu convite – inclusive alguns de seus companheiros de partido.

    Ambos republicanos, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, preferiram não acompanhar Trump. Os democratas convidados – Nancy Pelosy, líder da minoria na Câmara, e Charles Schumer, líder da minoria no Senado – deram igualmente resposta negativa à Casa Branca, segundo os jornais Washington Post e The Guardian.

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    “Bem, eu estou indo somente para apresentar minhas condolências. Eu irei também ao hospital para visitar os policiais e algumas pessoas que foram gravemente feridas”, justificou Trump em entrevista à rede conservadora de televisão Fox News na noite de segunda-feira.

    Chocados com a tragédia, os moradores de Pittsburgh estão divididos sobre a visita de Trump e, em última instância, sobre a responsabilidade de sua retórica sobre esse e outros casos de violência no país. Logo depois de se informar sobre o massacre, no sábado, criticou o fato de as vítimas não terem tido meios – em especial, armas – de se defender.

    “Uma igreja, uma sinagoga, não pode ser uma fortaleza. Deve ser um lugar aberto e de boas-vindas onde se sentir seguro”, afirmou Stephen Halle, sobrinho de Daniel Stein, de 71 anos, morto no massacre. A família de Stein rejeitou receber a visita de Trump, planejada pela Casa Branca, segundo o Post.

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