Premiê britânica nega que vá entrar em guerra com a Espanha
Primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, riu ao ser questionada por jornalistas britânicos sobre possível conflito pela posse de Gibraltar
Em entrevista a jornalistas britânicos durante voo à Jordânia nesta segunda-feira, a primeira-ministra Theresa May riu ao ser questionada sobre uma possível guerra contra a Espanha pelo território de Gibraltar. “O que estamos fazendo com todos os países europeus, na União Europeia, é sentarmos e conversarmos com eles”, disse May, minimizando o assunto.
A polêmica surgiu após serem inciadas as negociações da União Europeia com Londres em consequência do Brexit, as quais sugerem que nenhum acordo entre as partes poderá ser aplicado em Gibraltar sem um pacto prévio entre o Reino Unido e a Espanha. “Falaremos com eles sobre obter o melhor acordo possível para o Reino Unido e para esses países, incluindo a Espanha”, disse May.
Gibraltar é um território britânico ultramarino desde 1713. Com meros 6,7 quilômetros quadrados, está localizado no extremo sul espanhol. Em um referendo feito em 2002, 99% de população, de 30.000 pessoas, votou contra a possibilidade de uma soberania compartilhada com a Espanha.
O ministro-chefe de Gibraltar, Fabian Picardo, se pronunciou e disse que “Gibraltar não é uma moeda de troca dessas negociações, Gibraltar pertence aos gibraltinos e queremos ficar britânicos”.
No último domingo, Michael Howard, ex-líder conservador britânico, garantiu que May seria tão firme com Gibraltar quanto Margaret Thatcher foi com as Ilhas Malvinas, ao enviar em 1982 uma força militar para defender as ilhas do Atlântico Sul, de soberania britânica, da ocupação argentina.
O presidente do Comitê de Inteligência e Segurança do parlamento britânico, Dominic Grieve, qualificou hoje de “apocalíptico” sugerir que o Reino Unido estaria disposto a ir à guerra para defender Gibraltar.
Alfonso Dastis, ministro das Relações Exteriores da Espanha, disse em uma conferência em Madri que seu governo está “surpreso com o tom dos comentários que estão vindo da Grã-Bretanha”.
(Com agência EFE)