O primeiro-ministro do Iraque, Adil Abdul Mahdi, anunciou nesta sexta-feira, 29, que irá renunciar ao cargo após quase dois meses de violentos protestos no país.
O premiê já havia ameaçado abandonar o cargo no final de outubro, mas afirmou que só renunciaria quando tivesse um substituto pronto para assumir em seu lugar. Após o anúncio desta sexta, manifestante soltaram fogos na Praça Tahrir, em Bagdá.
Mais cedo nesta sexta, o grande aiatolá Ali Sistani, figura crucial da política iraquiana, defendeu a substituição do governo, após um dos dias mais violentos do movimento de protesto.
Desta maneira, o líder religioso xiita, de 89 anos, expressou pela primeira vez o apoio inequívoco aos manifestantes, que desde outubro exigem a queda do regime e a renovação da classe política, que acusam de corrupta, de ignorar a população e de reprimir os protestos com violência.
Pouco depois do sermão do aiatolá Sistani, um manifestante morreu em Nasiriya, cidade do sul do país, o que elevou a mais de 400 o número de vítimas fatais em dois meses de protestos.
Na quinta-feira, 46 manifestantes morreram e quase 1.000 ficaram feridos em várias localidades do país, na região sul e em Bagdá. Na quarta, manifestantes invadiram e incendiaram o consulado do Irã na cidade xiita de Najaf, no sul do Iraque.
A população aguardava a reação do aiatolá nesta sexta-feira, enquanto combatentes tribais e civis, armados, tomaram ruas e estradas.
(Com AFP)