Presidente colombiano dispensa acusações de Maduro sobre ‘atentado’
Líder venezuelano culpou "ultradireita" da Colômbia por suposta “tentativa de assassinato” durante ato oficial no sábado
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta segunda-feira (6) em sua conta no Twitter que estava ocupado no último sábado (4) com “coisas mais importantes” do que atacar Nicolás Maduro. O presidente da Venezuela acusa os colombianos de estarem envolvidos em uma suposta “tentativa de assassinato”.
“Ao presidente Nicolás Maduro: não se preocupe. No sábado, estava em coisas mais importantes, batizando minha neta Celeste”, escreveu o colombiano.
Há dois dias, drones carregados com explosivos atacaram as redondezas do local em que Maduro discursava. O evento era um ato oficial com as forças armadas e ocorria no centro da capital venezuelana. Duas pessoas foram presas e sete militares ficaram feridos.
Um grupo até então desconhecido, autodenominado “Soldados de Flanela”, publicou no Twitter uma mensagem assumindo a responsabilidade pelo suposto ataque. O plano, segundo a organização, era descarregar explosivos C4 contra o palco em que estava o presidente venezuelano.
Também no Twitter, Maduro publicou diversas mensagens apoiando a tese de que Santos participou do “ataque”. O presidente da Bolívia, Evo Morales, também escreveu postagens acusando o presidente da Colômbia.
Maduro já havia dito, em discurso no próprio sábado, que a “ultradireita” colombiana havia planejado a “tentativa de assassinato”.
Repressão
A oposição venezuelana alertou que o governo do presidente Nicolás Maduro pode usar o suposto ataque para lançar uma repressão política no país.
Críticos da oposição dizem que o governo já utilizou incidentes como esse no passado como pretexto para ações mais duras contra opositores, incluindo a prisão e alguns de seus principais líderes e o veto a que outros ocupassem cargos.
“Nós alertamos que o governo está aproveitando esse incidente…para criminalizar aqueles que legitimamente e democraticamente se opõe a ele, aprofundar a repressão e as violações aos direitos humanos”, escreveu a coalizão oposicionista Frente Ampla em um comunicado no Twitter.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)