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Presidente da Itália prorroga negociação de nova coalizão de governo

Sérgio Mattarella tenta evitar a convocação de eleições neste ano e dá chance à formação de aliança sem Matteo Salvini

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 22 ago 2019, 18h12 - Publicado em 22 ago 2019, 17h24
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  • O presidente da Itália, Sérgio Mattarella, postergou para a próxima terça-feira, 27, o prazo para a composição de uma nova coalizão de governo, que evitará a convocação de eleições parlamentares. A primeira rodada, encerrada nesta quinta-feira, 22, frustrou-se com novas exigências do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, à legenda antissistema Movimento 5 Estrelas.

    A decisão de Mattarella frustra as pretensões do vice-premiê e ministro do Interior, Matteo Salvini, que pretendia ver as eleições se realizarem ainda neste ano para ser alçado ao posto de primeiro-ministro. O líder do partido Liga, de extrema-direita, foi o articulador da crise que levou à demissão do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conti, na última terça-feira 20.

    “A crise deve ser resolvida com decisões claras e tempos curtos”, afirmou Mattarella à imprensa ao final das negociações. “Durante as consultas, fui informado por alguns partidos políticos que iniciativas foram tomadas para um acordo no Parlamento para um novo governo, e me pediram tempo para essa iniciativa”, completou, segundo o jornal Corriere della Sera.

    À imprensa, Mattarella deixou claro que, na ausência de um programa do Parlamento para o governo do país, o caminho será o das eleições, que podem vir a esperar por quase um ano para acontecerem.

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    Ao voltar de suas férias nas praias italianas, Salvini rompeu a coligação de sustentação do governo de Conte – entre seu partido, Liga, e o Movimento 5 Estrelas -, apresentou uma moção de censura contra o primeiro-ministro ao parlamento e pediu a convocação imediata de eleições. Seu tiro, porém, não acertou o alvo.

    Conte antecipou-se à votação e renunciou. Mattarrella empenhou-se na busca de uma coalizão de sustentação de um novo governo, que pode vir a excluir o Liga e o próprio Salvini. As conversas, por enquanto, se limitam ao Partido Democrático com o Movimento 5-Estrelas. Maio, líder do 5 Estrelas, deixou claro que trabalha para evitar novas eleições.

    “Nas últimas horas, todos os contatos necessários foram lançados para encontrar uma maioria (parlamentar) sólida”, disse ele, acrescentando que entregou a Mattarella uma lista de 10 reformas que precisam ser concluídas antes que o Parlamento seja dissolvido.

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    Na rodada desta quinta-feira, PD exigiu, entre outros pontos, que a Itália se mantenha leal à União Europeia, a adoção de uma posição humanitária em relação aos imigrantes e a definição de um novo programa econômico e social. O 5 Estrelas reivindica, entre outros, a redução do número de parlamentares, a adoção de regulamentos ambientais mais duros em prol de uma Itália “100% renovável” e a reforma do Judiciário.

    As reivindicações de ambos os lados significam, em si, o desmonte do programa de governo conduzido até a última segunda-feira por pressão de Salvini, cuja popularidade está vinculada a seu discurso contra a União Europeia, o euro, o ajuste nas contas públicas e a demonização de minorias, como os ciganos, e os imigrantes. Salvini e o partido Liga, porém, continuam a mobilizar os eleitores italianos.

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