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Presidente de Taiwan visita potencial front de guerra contra China e critica comunismo

Ilha de Kinmen, a apenas 10 quilômetros da costa chinesa, foi palco de conflitos no auge da Guerra Fria entre a Taipei capitalista e a Pequim de Mao Tsé-Tung

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2024, 09h53 - Publicado em 23 ago 2024, 09h27
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  • O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, fez uma provocativa visita à ilha de Kinmen, a apenas 10 quilômetros da costa chinesa, nesta sexta-feira, 23, que acredita-se ser uma potencial linha de frente se houver uma guerra entre a ilha autogovernada democraticamente e a China, que a considera parte de seu território soberano. Lá, destilou críticas contra o comunismo e afirmou que Taipei tem toda a intenção de manter sua liberdade, apesar de não ser considerada formalmente independente.

    Em discurso improvisado durante almoço com veteranos militares, Lai descreveu como cresceu com histórias de guerra enquanto seu tio servia no Exército em Kinmen, e reafirmou que Taiwan deve resistir às ameaças da China.

    “Nosso objetivo é que esperamos paz no Estreito de Taiwan. Taiwan é um país que ama ardentemente a paz. O povo de Taiwan é gentil”, disse ele. “Não queremos obter controle da (China) continental. Mas também não estamos dispostos a ser governados pelo Partido Comunista. Queremos continuar uma vida de democracia, liberdade, direitos humanos e estado de direito”, acrescentou, sob aplausos e gritos de “Sim!”

    O possível front

    Taiwan controla as ilhas Kinmen e Matsu, as mais próximas da costa chinesa, desde que o governo da então República da China fugiu, derrotado em uma guerra civil contra os comunistas de Mao Tsé-Tung, para Taipei em 1949. A pequena ilha capitalista, com área pouco maior que o estado de Alagoas, era então tida como a China “de verdade”. Isso mudou em 1971, quando a mastodôntica nação comunista foi reconhecida como país pela ONU. Enquanto isso, os lados inimigos nunca chegaram a assinar um tratado de paz ou armistício.

    O líder chinês, Xi Jinping, estabeleceu como meta que suas Forças Armadas se tornem capazes de invadir e tomar controle de Taiwan até 2027. Mas já subiu o tom com a vizinha, desistindo de usar o termo “pacífica” quando fala em uma “reunificação”. Pequim também costuma denunciar Lai como um “separatista”.

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    + Como Taiwan tenta se adaptar ao papel de foco da tensão entre EUA e China

    Durante o discurso de Lai nesta sexta-feira, os militares da China realizaram uma nova rodada de exercícios ao redor de Kinmen. Cenário de combates intermitentes durante o auge da Guerra Fria, a ilha tem visto manobras do tipo desde fevereiro – após a morte de dois chineses em uma lancha, que Pequim atribuiu a Taipei. E pouco após o presidente retornar à capital, o Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado 27 aviões militares chineses ao redor do Estreito de Taiwan, realizando uma “patrulha de prontidão de combate conjunta” com navios de guerra.

    Resistência

    O ministério taiwanês afirmou ter enviado suas próprias forças para vigiar a operação chinesa, coisa que acontece quase diariamente.

    Desde que foi empossado no início do ano, Lai se comprometeu a aumentar o orçamento direcionado ao Exército para defender a soberania da ilha. Entre medidas já aprovadas, gastos com o setor de defesa aumentarão 7,7% no ano que vem, superando a taxa prevista de crescimento do PIB.

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