Nesta quarta-feira, 16, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, sugeriu que o Reino Unido deveria permanecer na União Europeia depois que o acordo da primeira-ministra Theresa May para o Brexit foi rejeitado no Parlamento.
“Se um acordo é impossível, e ninguém quer a saída sem acordo, então quem finalmente terá a coragem para dizer qual é a única solução positiva?”, escreveu Tusk em seu perfil no Twitter.
Os parlamentares rejeitaram os termos de May por 432 votos contra 202, o que complica a futura saída britânica do bloco econômico, marcada para o dia 29 de março. Outras autoridades da União Europeia e políticos mostraram pessimismo com o resultado.
Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker alertou para o prazo apertado até uma decisão final. “Peço ao Reino Unido que esclareça suas intenções o mais rápido possível. O tempo está quase acabando.”
Já o chefe de negociações do Brexit na União Europeia, Michel Barnier, disse que lamenta “profundamente” os resultados: “uma retirada regulamentada continuará sendo nossa prioridade absoluta nas próximas semanas”, disse em pronunciamento ao Parlamento Europeu em Estrasburgo. Para ele, May teria respostas favoráveis se repensasse sua posição em questões envolvendo o Mercado Comum Europeu e a União Aduaneira.
Segundo a BBC, a chanceler Angela Merkel afirmou que ainda há tempo para negociação mas destacou que “está esperando pelas propostas da primeira-ministra”. Para o presidente francês Emmanuel Macron, “a pressão está quase toda sobre o Reino Unido”, que precisaria de um período de transição durante o possível Brexit, já que a ausência de acordo seria “danosa”.
Já o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, no centro de uma das maiores polêmicas do acordo, disse que sua República está se preparando para um Brexit sem acordo, mas que vai trabalhar para que este resultado seja evitado, já que “não protegeria a paz na Irlanda do Norte.”
Varadkar também cobrou soluções do governo britânico: “Cabe a Westminster o ônus de formular soluções que possa implementar mas que também sejam ideias que a União Europeia e a Irlanda possam aceitar”.