Após uma série de divergências, o primeiro-ministro do Peru, Guido Bellido, apresentou nesta quarta-feira, 6, sua renúncia a pedido do presidente Pedro Castillo. Segundo as leis locais, quando um premiê cai, o restante dos ministros do gabinete também devem ser substituídos.
“Decidi tomar algumas decisões em favor da governabilidade”, declarou Castillo em uma breve pronunciamento no qual confirmou os rumores da saída de Bellido, cuja permanência no cargo foi questionada pela oposição política e por grande parte dos peruanos. Ele acrescentou que “é hora de colocar o país acima de toda ideologia e posições partidárias” e que “o equilíbrio de poderes é a ponte para o Estado de Direito e a democracia”.
O anúncio foi feito menos de dois meses depois de Castillo assumir o cargo. Segundo analistas políticos, o movimento representa a primeira cisão do novo governo.
Apesar do presidente ter sido eleito em junho com discurso bastante crítico ao capitalismo e a favor de um nacionalismo econômico, ele tem adotado um discurso mais pragmático em seus primeiros meses de governo. Bellido era da ala mais à esquerda do mandato e vinha se chocando com Castillo por pressionar por reformas mais abrangentes.
Entre as medidas mais controversas propostas pelo agora ex-premiê estava a nacionalização das fontes de gás no Peru. A possibilidade foi bastante contestada no país e fora dele.
Em sua mensagem à nação nesta quarta, Castillo reiterou o compromisso do governo com o investimento privado para que opere “sem corrupção e com responsabilidade social”.