Primeira-ministra da Finlândia faz teste de drogas após vídeo de festa
Vazamento de gravação em que aparece festejando com amigas provocou críticas de governistas e opositores em meio à adesão da Finlândia à Otan
Após o vazamento de um vídeo em que aparece em uma festa com amigas, a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, afirmou que fez um teste de drogas para provar que não consumiu nenhuma substância ilícita durante a comemoração e que sua capacidade de atender a demandas oficiais não foi prejudicada.
“Nos últimos dias, foram feitas graves acusações de que eu estava em um espaço em que drogas estavam sendo consumidas, e de que eu mesma usei drogas”, afirmou Marin em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (19). “Considero essas acusações muito sérias, e embora considere a exigência de um teste de drogas injusta, por minha própria proteção legal e para acabar com quaisquer dúvidas, eu fiz um teste hoje, e o resultado deve ser divulgado em cerca de uma semana”, concluiu.
Marin, hoje com 36 anos, se tornou a mais jovem chefe de Estado em 2019, quando assumiu o cargo. Desde que os vídeos vieram a público, ela tem sofrido pressão tanto da oposição quanto de aliados de seu partido para fazer o teste de drogas. Enquanto alguns elogiaram sua capacidade de conciliar uma vida privada ativa com os deveres governamentais, outros criticam sua postura de permitir a gravação da festa, e o caso ganhou as manchetes do país.
O grande problema, segundo analistas, é o delicado momento vivido pela Finlândia, que se prepara para aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em meio à instabilidade provocada na região pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que faz fronteira com a nação nórdica. É uma mudança na posição neutra que a Finlândia adotou nas últimas décadas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Finlândia resistiu ao avanço do Exército Vermelho da União Soviética a ponto de surpreender Stálin. Com a entrada na Otan, voltará a atrair a rivalidade da Rússia, que vem fazendo ameaças a outras nações da região. E ter a garantia de uma resposta coletiva dos outros integrantes da Otan no caso de um ataque russo dará maior segurança à Finlândia.