O príncipe Andrew, nono na linha de sucessão do trono britânico e segundo filho da rainha Elizabeth II, pode enfrentar um julgamento civil nos Estados Unidos em 2022 por suposto crime sexual, afirmou o juiz encarregado do caso nesta quarta-feira, 3.
Em conferência com advogados em Nova York, o juiz Lewis Kaplan disse esperar que o julgamento ocorra “em algum período entre setembro e dezembro do ano que vem”.
A declaração acontece após novos ataques da equipe legal do príncipe a Virginia Giuffre, durante o fim de semana. Segundo os advogados, ela estaria buscando um “salário” às custas de Andrew.
A americana Virginia Giuffre diz ter sido traficada por Jeffrey Epstein, pedófilo condenado que se suicidou em um centro de detenção enquanto aguardava julgamento, para fazer sexo com o membro da Família Real em Londres, em 2001. Na época com 17 anos, ela afirma ter sido abusada seguidas vezes pelo Duque de York e está processando-o em um tribunal nos Estados Unidos.
Ela abriu o processo utilizando uma nova legislação para vítimas de abuso sexual infantil criada em 2019 no estado de Nova York. A lei permite processar agressores por conduta ocorrida anos ou até décadas atrás.
Andrew nega as acusações e chegou a dizer em uma entrevista à BBC, em 2019, que nunca havia feito sexo com Giuffre. Apesar disso, o príncipe foi banido dos deveres públicos reais após provas de sua amizade com Jeffrey Epstein.
Durante a conferência das partes nesta quarta-feira, David Boies, advogado de Giuffre, disse que pretende chamar de 8 a 12 testemunhas ao julgamento e que, “obviamente as partes” envolvidas serão chamadas a depor.
Em outubro, a polícia britânica disse que não irá tomar nenhuma providência contra o príncipe Andrew por conta do caso, depois de revisar acusações e concluir que não havia provas suficientes para avançar.
No mesmo dia, a polícia londrina também disse que não tomaria medidas em relação às acusações de que uma suposta cúmplice de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, tenha traficado e abusado de mulheres e meninas no Reino Unido. A socialite britânica está aguardando julgamento nos Estados Unidos sob a acusação de ter recrutado meninas para o bilionário.