O príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, chega ao Reino Unido nesta quarta-feira para uma estadia de três dias no país que vai incluir reuniões com representantes do governo britânico e até um almoço com a rainha Elizabeth II.
Políticos da oposição e grupos de direitos humanos pediram à primeira-ministra britânica, Theresa May, para que ela usasse o encontro marcado com o príncipe nesta quinta-feira para discutir direitos humanos. Segundo o portal de notícias britânico BBC, May afirmou que “levantará preocupações” durante a reunião e disse que a relação entre os dois países já salvou centenas de vidas.
Ainda assim, protestos estão marcados contra a visita do príncipe saudita em Londres. Manifestantes devem mobilizar-se contra o envolvimento do país na guerra do Iêmen, onde ataques aéreos promovidos pela Arábia Saudita têm assassinado centenas de civis. O país árabe é o líder de uma coalizão multinacional – apoiada pelo Reino Unido e os Estados Unidos – para lutar contra o movimento rebelde Houthi.
O secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, escreveu em uma coluna no jornal The Times elogiando um programa nacional do príncipe que promove uma série de reformas para modernizar o país árabe, como permitir que mulheres possam dirigir. No texto, Johnson afirma que a Arábia Saudita “merece o apoio do Reino Unido”.
No entanto, os ativistas afirmam que o país ainda tem um histórico pobre de direitos humanos e alertam para a interpretação equivocada dessas reformas como garantias de novas liberdades.
Nesta segunda-feira, o jornal Financial Times informou que a Arábia Saudita e o Reino Unido assinarão uma série de acordos durante a visita do príncipe saudita, que podem valer mais de 100 bilhões de dólares (323 bilhões de reais).
Um usuário publicou nesta terça-feira, em sua conta no Twitter, uma imagem de caminhões com mensagens de “boas-vidas” a Mohammed bin Salman, em uma tentativa de receber bem o príncipe saudita, apesar dos protestos. A foto foi uma resposta à ex-líder do Partido Verde britânico, Caroline Lucas, que postou um tweet questionando se não seria “hora de parar de dar o tratamento do tapete vermelho aos déspotas e ditadores”.