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Procurado nos EUA, membro das Farc toma posse no Congresso colombiano

O grupo armado foi transformado em um partido político no país, apesar do repúdio declarado do governo de Bogotá

Por AFP 12 jun 2019, 01h40
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  • Jesus Santrich foi guerrilheiro das Farc (Andres Torres Galeano/Reuters)

    Jesús Santrich, procurado nos Estados Unidos por acusações de narcotráfico, tomou posse no Congresso da Colômbia nesta terça-feira 11, em cumprimento ao contemplado nos acordos de paz com a Farc, grupo armado transformado em partido político, apesar do repúdio declarado do governo de Bogotá.

    Santrich, de 52 anos e vítima de uma severa deficiência visual, assumiu o posto na Câmara baixa em um discreto ato realizado na sede do Legislativo, na capital colombiana.

    Este é um “novo passo na luta e na defesa da paz para a Colômbia”, declarou à imprensa o recém-empossado legislador ao deixar o Parlamento, no centro de Bogotá.

    O ex-negociador de paz, que sempre defendeu sua inocência diante das suspeitas de narcotráfico, tinha um assento reservado como parte do acordo que levou ao desarmamento daquela que foi a maior guerrilha das Américas, agora transformada em partido de esquerda.

    No entanto, não pôde tomar posse devido à sua captura, em abril de 2018, para fins de extradição por crimes supostamente cometidos depois que a paz foi assinada, em novembro de 2016.

    Na semana passada, a Corte Suprema determinou sua soltura e reconheceu a imunidade parlamentar do ex-guerrilheiro.

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    O caso gerou uma comoção política e judicial na Colômbia, profundamente dividida pelo pacto que pôs fim a meio século de enfrentamento com os rebeldes marxistas.

    A posse de Seuxis Paucias Hernández – nome de registro de Santrich – serve “para fortalecer a defesa da paz e do acordado”, expressou em um tuíte Rodrigo Londoño, presidente da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido egresso dos acordos que terminaram com um conflito sangrento de mais de meio século.

    A chegada de Santrich ao Congresso revoltou o presidente Iván Duque, que insiste em culpar o líder da organização armada dissolvida apesar de que ainda não foi submetido a julgamento.

    “Ver um mafioso (…) chegar e debochar da sociedade colombiana me parece que não só é inadmissível, mas que deve motivar todos (…) a exigir que se faça justiça”, disse o presidente conservador nesta terça-feira.

    Eleito com a promessa de rever os compromissos de paz, Duque pediu à Procuradoria, que se encarrega de fiscalizar os funcionários públicos na Colômbia, a suspender Santrich de seu novo cargo.

    Ao mesmo tempo, pediu à Corte Suprema que o capture e puna de forma exemplar por sua suposta reincidência depois do acordo de paz.

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    A Justiça de paz que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc ordenou, em meados de maio, a libertação de Santrich.

    No entanto, em 17 de maio, foi recapturado ao deixar a prisão por ordem de um juiz sob novas acusações relacionadas com a sua suposta intenção de enviar cocaína aos Estados Unidos.

    Santrich afirma que as acusações fazem parte de um complô de Washington e da Promotoria colombiana.

    Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de 7.000 combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam para a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

    No entanto, torna sem efeito a blindagem contra a extradição para quem tiver reincidido após a entrada em vigor dos compromissos de paz.

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