O procurador especial Robert Mueller aceitou comparecer a uma audiência pública no Congresso dos Estados Unidos sobre sua investigação a respeito da interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, anunciaram congressistas democratas.
Mueller comparecerá ao Comitê Judicial e ao Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes em 17 de julho.
“A Rússia atacou nossa democracia para ajudar Trump a vencer. Trump agradeceu e usou esta ajuda”, escreveu no Twitter Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes.
“Como disse Mueller, isto deveria preocupar todos os americanos. E agora todos os americanos escutarão diretamente Mueller”, completou.
A aparente reação do presidente Donald Trump veio rapidamente com um tuíte de duas palavras: “Assédio presidencial!”.
Mueller foi o responsável por conduzir uma investigação sobre a interferência de Moscou nas eleições de 2016 e sobre um possível conluio da campanha de Trump com a Rússia. Ele vinha resistindo às convocações de deputados e senadores para depor no Congresso, mas foi intimado oficialmente nesta terça e aceitou comparecer.
O relatório elaborado pelo procurador, publicado em abril, menciona diversos contatos entre a campanha eleitoral do republicano e russos vinculados ao governo. Também revelou que o presidente tentou em diversas ocasiões obstruir a investigação.
Mueller não concluiu, contudo, se as ações seriam suficientes para acusar Trump criminalmente por obstrução de justiça.
Na sua primeira coletiva de imprensa após a divulgação do relatório, o procurador disse que “se tivéssemos a confiança de que o presidente não cometeu um crime, nós teríamos dito isso”. Desde então, pedidos para a abertura de um processo de impeachment contra Trump vem aumentando dentro do partido Democrata, que detêm maioria na Câmara, não no Senado.
Porém, os democratas ainda estão divididos sobre a ideia de iniciar ou não um processo político contra o presidente republicano. Antes de tomar uma decisão, solicitaram a figuras importantes do caso que falem publicamente sobre o relatório da investigação, pois temem que grande parte do país não esteja a par de seu conteúdo.
(Com AFP)