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Procuradoria da Venezuela volta a convocar opositor Edmundo González a depor

Regime chavista acusa ex-candidato de tentativa de fraude eleitoral; Rival de Maduro faltou à primeira intimação e diz ser acusado injustamente de crimes

Por Da Redação
Atualizado em 26 ago 2024, 18h51 - Publicado em 26 ago 2024, 15h57
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  • A Procuradoria-Geral da Venezuela convocou, nesta segunda-feira, 26, um dos líderes da oposição, Edmundo González, para um interrogatório relacionado à publicação de atas eleitorais em um portal on-line, que as autoridades venezuelanas alegam terem sido falsificadas. González já havia sido intimado no fim de semana para comparecer ao Ministério Público na manhã desta segunda-feira às 10h (11h em Brasília), mas, segundo testemunhas da Reuters, só apareceu ao meio-dia. Segundo a lei do país, um mandado de prisão pode ser emitido se alguém violar uma intimação três vezes.

    A segunda intimação foi publicada nas redes sociais do Ministério Público venezuelano e solicita que ele se apresente na terça-feira, 27, às 10h, para depor sobre “suposto cometimento dos crimes de usurpação de funções, forjamento de documento público, instigação à desobediência de leis, crimes informáticos, associação para cometer crimes e conspiração”.

    O ex-candidato à Presidência disse no domingo, 25, em um vídeo postado nas redes sociais, que ele não foi informado “sobre as condições sob as quais prestaria depoimento” e “pré-acusado de crimes que não foram cometidos”.

    Opositores contestam

    O órgão eleitoral da Venezuela, o CNE, e o Tribunal Superior de Justiça do país, ambos a serviço do chavismo, declararam Nicolás Maduro vencedor da eleição de 28 de julho, com pouco mais da metade dos votos sem comprovação dos resultados. As contagens divulgadas pelo site da oposição, que disse ter obtido mais de 83% de todos os boletins de urna que o regime não quis divulgar, mostram uma vitória esmagadora de González – 67% dos votos, contra 31% de Maduro.

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    A oposição, grande parte da comunidade internacional e organismos independentes, como um painel de especialistas das Nações Unidas, alegaram que houve falta de transparência na votação e exigiram a publicação dos dados desagregados de atas eleitorais pelo CNE. Vários já denunciaram fraude.

    Em resposta, autoridades do partido no poder, incluindo Maduro, acusaram a oposição de incitar violência devido à convocação de protestos (que foram pacíficos). O procurador-geral Tarek Saab iniciou investigações criminais contra a líder oposicionista Maria Corina Machado (impedida de concorrer pela Justiça sob alegações nunca comprovadas de irregularidades financeiras), bem como González e o site em questão no início deste mês.

    Os protestos desde a votação resultaram em pelo menos 27 mortes e 2.400 prisões. Enquanto isso, a Assembleia Nacional aprovou uma lei que endurece as regras sobre ONGs e sindicatos, e foram relatadas demissões em massa de funcionários públicos que apoiavam a oposição.

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