Julian Assange, o fundador do WikiLeaks preso na quarta-feira 10 pela polícia britânica, não corre o risco de ser extraditado apenas para os Estados Unidos, onde responde pelo crime de vazamento de documentos confidenciais do Departamento de Defesa, em 2010. Assange poderá ser alvo também de novo pedido de extradição da Suécia, onde foi investigado por estupro.
Segundo a BBC, os promotores suecos que trabalharam nesse caso estão avaliando neste momento a sua reabertura. A advogada Elizabeth Massi Fritz, que responde por uma das vítimas de Assange em 2010, afirmou que fará o que puder para retomar o processo. Outra mulher também o acusou de estupro.
“O que temos aguardado, com esperanças, desde 2012, finalmente aconteceu. Nenhuma vítima de estupro deve esperar nove anos para ver a Justiça ser cumprida”, afirmou Fritz.
Em 2012, o fundador do WikiLeaks ingressou na embaixada do Equador em Londres, com permissão do governo desse país, para evitar sua prisão e extradição para Estocolmo. Cinco anos depois, os promotores suecos arquivaram o caso. Segundo a BBC, Assange também responde na Suécia por abuso sexual e coerção, mas ambos os casos foram engavetados em 2015.
O advogado de Assange na Suécia, Per E. Samuelson, afirmou à imprensa de seu país não ser possível a extradição porque o pedido policial de busca a seu cliente foi retirado em 2017, segundo o jornal The Guardian. “Isso não acontecerá. Como os Estados Unidos pediram agora sua extradição, terão preferência, conforme as regras internacionais”, sustentou, referindo-se de seu cliente ter sido acusado de conspiração para invasão informática pela Justiça americana.
Em aparente coincidência, a Suprema Corte de Justiça da Suécia multou Assange em cifra equivalente a 4 milhões de reais para cobrir custos jurídicos.