Promotoria de Manhattan indica investigação a Trump por fraude bancária
Gabinete do procurador Cyrus Vance até então apurava apenas uma acusação de suborno da campanha presidencial de 2016 a duas ex-amantes do republicano
Promotores de Nova York indicaram nesta segunda-feira, 3, a ampliação de uma investigação sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para incluir também um possível caso de fraude bancária e de fraude de seguro. A Promotoria Federal do Distrito de Manhattan, comandada pelo promotor Cyrus Vance Jr., investigava Trump até então apenas pelo suborno de duas ex-amantes cometido pela sua campanha presidencial de 2016.
A empresa da família do presidente, a Organização Trump, também está no escopo da nova investigação.
O gabinete de Vance Jr. não definiu especificamente o episódio pelo qual Trump e a sua empresa familiar serão investigados por fraude, mas citou documentos judiciais e reportagens jornalísticas que apontam “conduta criminal possivelmente extensa e prolongada na Organização Trump”.
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Clique e AssineEntre as fontes, está uma reportagem do The New York Times que revelou práticas de evasão fiscal de Trump na década de 1990 envolvendo a herança de seu pai, Fred Trump. Os promotores também mencionaram um testemunho recente em que Michael Cohen, ex-advogado pessoal do republicano, acusa o seu ex-cliente de cometer fraude de seguro.
Cohen foi o pivô do escândalo de suborno da campanha presidencial de Trump em 2016. O advogado pagou ilegalmente a atriz pornô Stephanie Clifford e a modelo Karen McDougal para que elas não revelassem as relações íntimas que cada uma das duas teve com Trump.
No final de 2018, Cohen foi condenado a três anos de prisão por violação de leis de financiamento eleitoral e evasão fiscal, além de mentir para o Congresso americano.
Até a prisão do advogado, a investigação do escândalo de suborno era comandada por autoridades federais, que abandonaram o caso logo após a condenação. A investigação foi retomada pela Promotoria de Manhattan em agosto de 2019.
Declaração de renda de Trump
No anúncio desta segunda-feira, os promotores reforçaram que é “indiscutível” a legalidade do poder deles para intimarem a declaração de renda de Trump entre 2011 e 2019. O gabinete de Vance Jr. enfrenta judicialmente o presidente americano pela revelação desses documentos desde que reativou a investigação de suborno.
Embora a Suprema Corte tenha decidido no início de julho que a Promotoria Federal do Distrito de Manhattan tem o direito de intimar a declaração de renda de Trump, a defesa pessoal do republicano ainda recorre.
Há uma semana, os advogados de Trump argumentaram que a intimação era “extremamente exagerada” e que foi emitida de “má-fé”.