Promotoria sueca pede prisão de Assange como suspeito de estupro
Justiça anunciou ainda que prepara pedido de extradição; jornalista também é objeto de pedido de extradição dos Estados Unidos
A Promotoria da Suécia apresentou nesta segunda-feira, 20, um pedido formal de prisão para Julian Assange, já detido no Reino Unido. O jornalista é investigado por violação e agressão sexual de duas mulheres em 2010 em uma visita a Estocolmo.
“Solicito ao tribunal a detenção de Assange em sua ausência por suspeitas de estupro”, anunciou em um comunicado a vice-procuradora sueca Eva Marie Persson, uma semana depois da reabertura da investigação contra o fundador do Wikileaks, detido em 11 de abril na embaixada equatoriana em Londres.
A Justiça sueca anunciou ainda que prepara um pedido de extradição com o tribunal provincial de Uppsala. “Se a corte decidir por sua detenção, emitirei uma ordem de prisão europeia”, afirmou Persson.
A prisão em ausência é um mecanismo do sistema legal sueco que entra em ação quando o suspeito está fora do país ou não pode ser localizado.
Assange foi preso no Reino Unido depois de ter passado sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres. O governo de Lenín Moreno suspendeu o asilo concedido ao jornalista em abril, afirmando que o australiano causava conflitos internos na representação diplomática.
O jornalista é investigado por violação e agressão sexual de duas mulheres, cujas identidades não foram reveladas. Os fatos teriam ocorrido durante uma visita de Assange a Estocolmo, em agosto de 2010.
O fundador da WikiLeaks sempre alegou que ambos os encontros tinham sido consensuais, negando as acusações e dizendo que faziam parte de uma campanha contra ele.
As autoridades suecas arquivaram a investigação do caso em 2017, depois que a promotora Marianne Ny admitiu que não era possível avançar no trabalho pelo fato de Assange estar refugiado na embaixada do Equador.
A Promotoria decidiu reabrir a investigação em 13 de maio após a detenção do fundador do Wikileaks em Londres.
Assange também tem pedido de extradição dos Estados Unidos, onde é investigado por conspiração para cometer invasão cibernética. Uma investigação que só foi revelada após sua impactante detenção na embaixada do Equador em Londres.
Persson afirmou que as autoridades britânicas decidirão para qual país Assange deverá ser extraditado. “As autoridades britânicas decidirão qual é sua prioridade. O resultado do processo é impossível de prever”, disse.
(Com AFP)