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Protestos contra reeleição de Maduro podem render prisão, diz procurador-geral

Declaração após Conselho Nacional Eleitoral (CNE) oficializar presidente Nicolás Maduro vencedor do pleito; resultado foi contestado por países e oposição

Por Paula Freitas 29 jul 2024, 15h32
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  • O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, disse nesta segunda-feira, 29, que convocar protestos contra o resultado das eleições do país, realizadas no último domingo, podem pegar até seis anos de prisão. A declaração ocorre após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela oficializar o presidente Nicolás Maduro vencedor do pleito, contrariando sondagens eleitorais e bocas de urna. O proclamado triunfo de Maduro, no entanto, foi contestado pela oposição, que alegou fraude, e questionado por uma série de países.

    “Advertimos que atos de violência e chamadas para desconhecer os resultados oficiais podem enquadrar-se nos crimes de instigação à perturbação pública com penas de três a seis anos de prisão”, afirmou Saab na sede do Ministério Público, em Caracas. “O único que pode dar resultados é o Poder Eleitoral, com o seu presidente. O 29 de julho deve ser um dia de alegria e união familiar.”

    Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que substituiu María Corina Machado após sua candidatura ser inabilitada. Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 70% de apoio, contra apenas 30% do líder bolivariano.

    O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral. Como forma de protesto, moradores de várias cidades venezuelanas fizeram panelaços contra a reeleição do presidente nesta manhã. Em Caracas, um dos pontos de contestação foi o bairro de Petare, outrora bastião do regime chavista, onde a manifestação durou mais de 20 minutos.

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    + Com resultado contestado, autoridade eleitoral da Venezuela proclama Maduro presidente

    Acusações contra María Corina

    A repórteres, Saab também acusou a líder da oposição de estar envolvida em um suposto ataque hacker para “adulterar” o resultado das eleições. Ele anunciou que “o principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo”, que teria trabalhado ao lado dos “fugitivos da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado”.

    “Felizmente esta ação foi interrompida, foi evitada ”, disse ele. “Eles não queriam atrasar o anúncio dos resultados, queriam eles próprios adulterar os registos de votação.”

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    Além disso, o procurador-geral venezuelano informou que a investida hacker teria vindo da Macedônia do Norte. Ele também denunciou “tentativas de sabotar o processo eleitoral”, acrescentando que foram relatados 60 incidentes durante pleito e que foram realizadas 17 prisões. A maioria dos crimes estaria relacionada à destruição de material eleitoral.

     

     

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