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Putin cobra garantias ‘imediatas’ de EUA e Otan em fronteira com Ucrânia

Kremlin, segundo ele, não deve ser culpado por questões regionais, à medida que defende territórios sobre os quais têm direito histórico

Por Da Redação 23 dez 2021, 12h06

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu nesta quinta-feira, 23, garantias de segurança “imediatas” dos Estados Unidos e da Otan às suas exigências para limitar a presença militar ocidental perto da fronteira russa com a Ucrânia. O Kremlin, segundo ele, não deve ser culpado por questões regionais, à medida que defende territórios sobre os quais têm direito histórico, e não busca um conflito com Kiev.

“Vocês exigem de mim garantias? São vocês quem devem nos dar garantias. Vocês, imediatamente, agora. E não empacar (as negociações) durante décadas”, disse Putin durante sua conferência de imprensa anual, citando a retomada de negociações, marcadas para o início de 2022 em Genebra.

Em resposta à pergunta de um jornalista ocidental sobre uma possível invasão da Ucrânia por parte das forças armadas do país, Putin enfatizou que “a Rússia não ameaça ninguém”.

“Colocamos mísseis perto da fronteira dos EUA? Não! Foram os EUA que chegaram à nossa casa com seus mísseis, e eles já estão à nossa porta”, respondeu. “Como reagiriam os americanos se, de repente, colocássemos nossos mísseis na fronteira entre o Canadá e os EUA ou na fronteira entre os EUA e o México? Às vezes parece que vivemos em mundos diferentes”, acrescentou.

O líder russo afirmou que, para o Kremlin, a entrada da Ucrânia na Otan é “inadmissível”, pois significaria o posicionamento de armas no país vizinho.

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O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. A OTAN, por sua vez, emitiu comunicado em que afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da OTAN e pela Ucrânia, mais ninguém”.

Putin salientou que as ações da Rússia dependerão das garantias que receber do Ocidente, que segundo ele enganou Moscou ao aceitar vários países da Europa Oriental e do antigo espaço pós-soviético como membros, apesar de ter prometido que nunca o faria.

Apesar de pedidos e ameaças de sanções feitos inclusive pelo presidente americano, Joe Biden, durante encontro virtual recente, a Rússia continua aumentando sua presença militar perto da fronteira com a Ucrânia.

Segundo as fontes ouvidas pela rede CNN, houve um aumento de tropas neste mês, tensionando ainda mais as relações entre os países e de Moscou com a Otan. Agora, autoridades americanas e ucranianas também veem evidências de que a Rússia começou a desviar sistemas comerciais aéreos e ferroviários para dar apoio aos esforços militares, embora atividades similares visíveis há poucos meses durante a última escalada militar tenham sido diminuídas.

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De acordo com a inteligência dos Estados Unidos, a Rússia pode estar planejando uma invasão em múltiplas frentes à Ucrânia já no início de 2022 envolvendo 175.000 soldados. Imagens de satélites feitas pela Maxar Technologies e fornecidas à CNN mostram que há presença de tropas e equipamentos a menos de 50 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, com um aumento entre 7 de setembro e 5 de dezembo no número de veículos.

Na semana passada, a Rússia propôs à Otan a assinatura de um acordo de garantias de segurança para impedir a entrada de países da ex-União Soviética no bloco e para que sejam interrompidas atividades militares em territórios vizinhos, da Europa Oriental ao Cáucaso e à Ásia Central.

O acordo inclui exigências sem precedentes, como a retirada das tropas e das armas utilizadas após a assinatura do tratado de 1997 que regerá suas relações, o que deixaria a Polônia e as três repúblicas bálticas (Letônia, Estônia e Lituânia), que aderiram à Otan em 2004, sem proteção aliada.

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