Horas antes da cúpula extraordinária da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, nesta quinta-feira, 24, o secretário-geral Jens Stoltenberg disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “cometeu um grande erro ao lançar uma guerra contra a Ucrânia, uma nação soberana e independente”. Enquanto se preparava para receber os líderes de 30 países da aliança militar, ele disse esperar que outros países-membros da Otan sigam o exemplo da Alemanha e aumentem seus gastos com defesa.
“Há um novo senso de urgência e espero que os líderes concordem em acelerar os investimentos em defesa para cumprir a promessa que fizemos”, afirmou ele.
O secretário-geral da Otan reforçou que espera o anúncio de novos grupos de apoio militar na Bulgária, na Hungria, na Romênia e na Eslováquia, além de fornecer mais recursos à Ucrânia e intensificar ajuda a outros parceiros em risco de pressão russa.
Stoltenberg sublinhou, no entanto, que não levará tropas para o teatro de guerra ucraniano e não atacará diretamente as forças russas no espaço aéreo. Ele repetiu ainda que “qualquer uso de armas químicas mudaria fundamentalmente a natureza do conflito”. E acrescentou, ao final do encontro com os jornalistas: “Estamos enfrentando a mais grave crise de segurança em nossa geração”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participará virtualmente, após ser convidado pela aliança, mesmo seu país não sendo membro. O tema, inclusive, é principal ponto de embate entre Moscou e Kiev e, recentemente, Zelensky chegou a reconhecer que seu país presidente entender que a “porta da Otan não está aberta” para a Ucrânia.
Mais cedo, Zelensky disse em uma de suas declarações públicas esperar “passos significativos” na rodada de cúpulas, observando que eles revelariam “quem é um amigo, quem é um parceiro e quem nos traiu por dinheiro”. O presidente ucraniano também reforçou pedidos à aliança militar por mais armas. E mencionou que seria importante uma manifestação mundial contra a guerra da Rússia na Ucrânia.