Putin decreta sanções contra Ucrânia em resposta a ‘ações pouco amistosas’
Vizinhas, as duas nações vivem uma espiral de retaliações desde a anexação da Crimeia por Moscou
O presidente Vladimir Putin assinou nesta segunda-feira, 22, um decreto para impor restrições econômicas à Ucrânia, em resposta a “ações poucas amistosas” do país vizinho. Kiev havia adotado represália a empresas da Rússia por causa do apoio do Kremlin a movimentos separatistas ucranianos.
Ambos os países entraram em uma espiral de retaliações e contra-retaliações que tende, inevitavelmente, a prejudicar negócios e investimentos de lado a lado. As relações entre a Ucrânia e a Rússia se deterioraram desde a anexação da Crimeia por Moscou, em 2014, e o início do apoio do Kremlin aos rebeldes separatistas do país vizinho.
O decreto russo estabelece concretamente a elaboração de “medidas econômicas especiais” contra a Ucrânia pelas ações “pouco amistosas e contrárias à lei internacional, relacionadas com a imposição de restrições contra cidadãos e entidades da Federação da Rússia”.
O responsável do Comitê da Duma de Estado (equivalente à Câmara dos Deputados) para o Mercado Financeiro, Anatoli Aksakov, explicou que as “medidas econômicas especiais” contra a Ucrânia podem restringir o fornecimento de recursos energéticos e investimentos russos na economia do país vizinho, assim como as importações dos produtos agrícolas ucranianos.
Segundo o decreto, o governo russo deve definir agora uma lista de pessoas e entidades que serão submetidas a uma série de sanções e garantir sua aplicação.
As sanções russas, contudo, podem ser canceladas se a Ucrânia suspender as suas, de acordo com o decreto.
A Ucrânia impôs em setembro restrições às empresas russas RZD Logistics, Promkompleksplast e Gazgolder, por sua colaboração com as repúblicas autoproclamadas separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste ucraniano.
Alguns meses antes, em maio, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, assinou um decreto com outras sanções contra a Federação da Rússia e prolongou as impostas desde 2014, ano em que Putin anexou a Península da Crimeia.
As sanções da Ucrânia estão dirigidas contra quase 1.750 pessoas e mais de 750 entidades.
Em particular, afetam empresas russas dos âmbitos de defesa, indústria, tabaco, aviação, transporte, finanças, televisão e informática, assim como jornalistas, políticos, ativistas sociais, militares e empresários com negócios na Crimeia. Kiev também baniu diversos meios de comunicação e canais de televisão russos.
(Com EFE)