Putin diz que a Rússia está pronta para conversar sobre a Ucrânia
O presidente russo, porém, afirmou que vai negociar sobre o fim da guerra defendendo seus interesses nacionais
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira, 19, que Moscou estaria preparada para conversar com a Ucrânia, os Estados Unidos e a Europa sobre o futuro da guerra na região. O líder do Kremlin, porém, também destacou que iria defender seus interesses nacionais nas negociações.
Putin já disse outras vezes que estaria preparado para falar sobre a paz, embora autoridades ocidentais digam que ele está à espera das eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro de 2024 antes de fazer um esforço genuíno.
“Na Ucrânia, aqueles que são agressivos em relação à Rússia, e na Europa e nos Estados Unidos – eles querem negociar? Deixe-os. Mas faremos isso com base em nossos interesses nacionais”, disse Putin em uma reunião da liderança da defesa em Moscou. “Não vamos desistir do que é nosso.”
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Guerra na Ucrânia
A Rússia atualmente controla cerca de 17,5% do território que foi internacionalmente reconhecido como parte da Ucrânia quando a União Soviética entrou em colapso, em 1991.
Em 2014, Moscou anexou a região da Crimeia e, em 2022, mandou seu exército para quatro regiões adicionais – Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson – em fevereiro de 2022, quando invadiu a nação vizinha. Mediante referendos tratados pela comunidade internacional como “farsas”, também incorporou esses territórios à Rússia, apesar de sues soldados controlarem-nos apenas parcialmente.
De sua parte, Kiev disse que não vai descansar – nem sentar à mesa de negociações – até que todos os soldados russos sejam expulsos do seu território internacionalmente reconhecido. A situação levou a um impasse, que arrasta a guerra há quase dois anos
Na mesma reunião com lideranças da defesa, Putin acusou os Estados Unidos de explorarem a Europa para os seus próprios interesses e disse que a Rússia não planeja nenhuma guerra contra as nações europeias. Além disso, declarou que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos americanos, “não será aceitável para nem em 10 anos, nem em 20”.